8 de setembro de 2010

Entrevista :: Joe Moghrabi


Boa Noite Galera!!!

Voltamos com as entrevistas!!! e é com grande prazer que trago até vocês um pouco da história de Joe Moghrabi, fiquei muito feliz pelo contato e a atenção por parte do Joe cedida ao blog!! Simpatia Pura!
Se não a melhor, com todas as certezas uma das entrevistas mais tops que tivemos até agora, é nítida a preocupação do Joe em detalhar da forma mais sucinta possível vários detalhes de sua carreia afim de trazer pra galera um pouco de sua vida profissional como guitarrista e também aconcelhar e incentivar novos talentos!

E realmente a entrevista ficou surreal, meu conselho à todos!!! leiam nos mínimos detalhes é um prato cheio para quem quer crescer como músico e conteúdo necessário para quem quer se profissionalizar!!!
Ao Joe ficam aqui meus sinceros agradecimentos pela atenção dedicação e carinho pelos nossos leitores... com grandes certezas todos gostarão muito da entrevista!!! valeu mesmo cara!!! Muito obrigado!!!

Ahh!! antes de postar a entrevista aqui vale divulgar o novo projeto educacional do Joe a escola Musical Guide, na qual se resume em instrução musical de vários instrumentos e assuntos via web, um mercado que está crescendo muito ultimamente, e é um prazer divulgar a escola aqui!!!

Musical Guide - www.musicalguide.com.br -

Bom...chega de papo e vamos a entrevista!!!

Bom Divertimento Rockers!!!






1-) Conte para nós como foi seu início na guitarra, e quais as diferenças que você vê nos métodos de aprendizado e ensino perante aos  que temos hoje.

         O começo, por causa da minha (geração) época talvez, foi difícil. Quando escolhi a música como profissão a família "surtou" porque não tive um comportamento exemplar quando era moleque então o que aconteceu foi o seguinte: Do lado da minha família a idéia era que eu iria me aprofundar nas drogas etc. e do meu lado a música era (e é...) o lado zen da história, ou melhor, quando eu tentava limpar a minha técnica (two hands, sweep, ligados, palhetada alternada etc.) drogado a coisa não rolava... Tive que saí das drogas para equilibrar a técnica com a harmonia e até o relacionamento humano que inclusive, é fundamental; Por mais que um guitarrista toque bem, um mal relacionamento humano se torna prejuízo em muitos reais ao passo que um bom relacionamento humano faz as portas abertas se multiplicarem de forma geométrica.


2-) Muito conhecido também na área educacional como que o ato de lecionar e ministrar workshops ajudou no seu desenvolvimento musical?

         Obrigado por esta pergunta Ramon. O Brasil vive uma terrível fase cultural, sempre foi devagar mas, de alguns anos para cá a coisa ficou indigesta.

Só para exemplificar, passamos no ano passado por 50 anos de Bossa Nova que é uma música “top” de linha no planeta Terra e, mesmo com o Chico Buarque, Edu Lobo e tantos outros ícones vivos nada aconteceu, absolutamente nada. O problema é cultural e grave, isto é, não é comercial como muitas pessoas acham... Tenho certeza que se esta idéia chegar a um cantor sertanejo ele concordará, com muito lamento inclusive.

A função social que as artes têm em qualquer país é muito forte, não sei porque no Brasil, um país recheado de talentos o setor superior não deixa a coisa acontecer, é lamentável. Acho que o motivo não é a “música comercial” moçada, vamos a um exemplo: Se juntássemos a Ivete Sangalo, Ivan Lins, Arismar do Espírito Santo e o Carlos Bala para se fazer uma homenagem à Bossa Nova não iria gerar lucro? Incluindo alguns shows por um punhado de países?

         Ok, o problema é educacional então no meu caso, como gosto de lecionar, achei por bem cair de cabeça em vez de entrar em algum tipo de hipocrisia para acompanhar um cantor famoso... Construir novos talentos vem mais de encontro ao meu barato. Os workshops e as master classes são um sinal de que existe MUITO espaço e talvez eu não esteja errado; a ajuda que tive em buscar desenvolvimento nesta área foi impar, acho que daqui uns 10 anos (estarei quase com 60 anos) sentirei isso.       


3-)Atualmente endosser da Tagima, Conte um pouco para nós da sua linha signature de guitarras, (especifícações, hardware, e equipamentos...)

         Ramon, esta é a primeira entrevista em que comunico que saí da Tagima. A empresa é realmente maravilhosa, sentirei saudades só que estou com outras prioridades comerciais e profissionais que virão a seguir. A minha sintonia com a empresa Roland Boss, esta sim me agrada muito, atualmente uso uma pedaleira ME-70 que tem um ótimo custo benefício e manda qualquer som em qualquer praia... Quem quiser visitar o site www.roland.com.br e depois clicar no ícone da Boss poderá constatar isto num vídeo que eles dispuseram por lá gratuitamente.  


4-) Qual foi o momento mais inesquecível de sua carreira?

         Foram vários os momentos Ramon. Mas, o mais recente foi a descoberta de um “tri elo”: Internet x Home Studio x Animações em vídeo... Infinitas possibilidades para todos.

         É possível que a fase de profissionalização musical atual esteja ligada a algumas tarefas por parte dos mais novos... Estudo de qualidade, relacionamento humano agradável (desta maneira o profissional moderno passa mais segurança), bons conhecimentos na área da informática, isto é, muita disposição pra “ralar”.


5-) Atualmente, o que anda ouvindo e estudando?

            Esta parte, audição, é chave. A diferença de tamanho entre a guitarra e a música é muito grande; fico feliz em ver que uma grande parte da garotada já sacou isso. A guitarra não é maior ou mais importante do que outro instrumento então os guitarristas que são ligados em bandas de jazz, orquestras, estilos que têm o “groove” como foco tem muito mais assuntos prá passar numa improvisação ou numa composição. Inclusive quando falei na questão acima – relacionamento humano, com uma audição de qualidade a pessoa deixa de ficar discutindo qual músico é melhor; O arroz ou feijão, lê-se Malmsteen ou Vai. 

           
6-) Ícone na técnica de Two Hands, conte para nós como desenvolveu essa técnica.

            Nossa não sou o ícone desta técnica, é muita generosidade... Eu adoro o two hands, depois que ouvi o primeiro vinil do Van Halen fiquei com um “elefante atrás da orelha”... Depois que vi um clip do Van halen o elefante entrou na minha cabeça gritando: Com certeza este cidadão sabe o que é “soul music” e musica erudita além de dominar o rock’n’roll e o blues, lógico.

            O two hands me dava prazer para estudar porque era uma mistura de novidade e um aumento real nas possibilidades de linguagem. Na prática devo a evolução técnica do two hands a um quadro que conhecemos pessoal, quando você está estudando um item que te motiva a hora que você levanta pra almoçar é noite...       


7-) Quais foram seus ídolos e influências no meio musical?

            Aqui a questão seria muito longa... Citarei poucas referencias (uma grande parte do que tenho o hábito de ouvir) mas, muito necessárias pessoal, aconselho todos vocês a ouvirem esta galera (ordem alfabética) vamos lá;  

A Cor do Som, Allan Holdsworth, Armandinho, Astor Piazzolla, Bach, Banda Black Rio, Bireli Lagrene, Black Sabbtah, Chaka Khan, Charlie Parker, Chico Buarque, Chopin, Debussy, Deep Purple, Dixie Dregs, Dmitri Shostakovitch, Dream Theater, Earth Wind & Fire, Edu Lobo, Egberto Gismonti, Electric Light Orchestra, Elis Regina, Elza Soares, Eric Clapton, Foo Fighters, Franz Liszt, Gonzalo Rubalcaba, Guerra Peixe, Gustav Holst, Heitor Villa Lobos, Herbie Hancock, Hermeto Pascoal, Igor Stravinsky, Ivan Lins, Jason Becker, Jeff Beck,  Jimi “Bo” Horne, Jimi Hendrix, Joe Satriani, Joe Zawinul, John Coltrane, John Mc Laughlin, John Scofield, Keith Jarret, Led Zeppelin, Leny Andrade, Maria Rita, Família Marsalis, Meshuggah, Michel Camilo, Miles Davis, Mr. Big, Mozart, Paul Gilbert, Paul Hindemith, Pink Floyd, Prokofiev, Ravel, Sonny Rollins, Stevie Ray Vaughan, Seal, Steve Vai, Tom Jobim, Toninho Horta, Toto, Wayne Shorter, Van Halen, Weather Report, Yes.

            Obs. Certamente me esqueci de alguns nomes mas lendo de bate pronto acho possível “passar a mensagem” à vocês.        


8-) Analisando agora mais o seu lado artístico, tem algum lançamento ou projeto que tenha desenvolvido ultimamente?

            Durante os estudos de home studio, fiz algumas composições caseiras e fechei um CD caseiro que se chama “Solo Project” (masterizado em 2009) e também fiz um dvd aula caseiro que se chama “G7 Blues”.


9-) Agradecemos muito sua participação no Guitar Tech e pedimos que deixe uma mensagem para os fãs e leitores do blog.

            Pessoal, numa boa por favor, acho que se vocês quiserem saber sobre o que é se profissionalizar na guitarra através de um cara que tem quase 30 anos de janela. Podem ler esta entrevista... O Ramon montou a “bichinha” de maneira impecável, parabéns para os leitores deste blog.   




ROCK!!!

5 comentários:

  1. Fui aluno do Joe, o cara é uma pessoa sem igual e tem um conhecimento musical absurdo, ele tem o dom de motivar o aluno a querer saber, é um mestre.

    Ozeias Rodrigues.

    ResponderExcluir
  2. O Joe argumentou claramente sobre sua vida profissional e pessoal, acho digno para que outros profissionais do ramo possam se identificar e se aperfeiçoar com as dicas que ele deu.
    Muito boa a entrevista, Ramon!
    Nathália Metzker

    ResponderExcluir
  3. Vivendo e aprendendo...
    Gostei muito da entrevista, o que admiro muito em um músico é a variedade de gêneros, obviamente com os mesmos níveis culturais.Percebe-se isso nas referências musicais do Joe.Very good =)
    Parabéns pela entrevista, Ramon! :*

    ResponderExcluir
  4. Bacana, Ramon!!! Bela entrevista! Parabéns.

    ResponderExcluir
  5. O cara é muito bom... e eu sei bem o que é isso... tive o privilegio de ser seu amigo na adolescencia... essa simplicidade, esse carisma, essa vontade de tocar a qq custo... são caracteristicas invejaveis desse fenomemo das cordas... parabens Joe !

    ResponderExcluir