31 de julho de 2011

Entrevista :: Rodrigo Rodrigues

Boa Noite Galera!!!

Daremos um tempo nas aulas sobre improvisação para postar uma entrevista com mais um dos grandes guitarristas desse país, e olha que temos muitos hen!!!

É com um enorme prazer que publico aqui a entrevista que fiz com o Rodrigo Rodrigues, um guitarrista de Bragança Paulista que tem um talento muito grande e diferenciado.. assim como muitas outras a entrevista é uma aula de como se tornar um guitarrista profissional em um país onde a música e a cultura tem sempre um caminho mais difícil, na entrevista Rodrigo conta sobre seu começo, assuntos importantes, como timbre, musicalidade, carreira, internet entre outros, além das dicas super importante que servirão de lição para quem está começando e para quem já está a mais tempo no ramo.

Enfim não percam a entrevista, por que está show de bola!

Ao Rodrigo, agradecemos a colaboração e o desejamos muito sucesso!





1-) Conte um pouco sobre seu início na guitarra, e quais as principais mudanças pela qual passamos em tal período?
Comecei  cantando ainda criança por influência da minha mãe que sempre cantou, não profissionalmente, mas sempre nos famosos “churrascos de família”.  Com aproximadamente 12 anos ganhei uma bateria de um amigo do meu pai, e comecei a tentar uns “batuques” que até saiu alguma coisa. Tanto que minha primeira banda foi tocando bateria. Já aos 13 anos eu comecei a ter aulas de violão com minha prima e não muito tempo depois passei para a guitarra. Fiquei um tempo tocando ambos os instrumentos, guitarra e bateria, mas depois de um tempo acabei largando a bateria, tanto que hoje não consigo fazer absolutamente nada numa bateria. No meu período de estudos tive aulas no Coservatório Souza Lima e tive muito tempo de aulas particulares com o Edu Ardanuy. Mais tarde vim a ter aulas com o Mozart Mello e o André Hernandes. Em 2002 me formei na primeira turma de especialização em rock do EMT. Hoje voltei a ter aulas com o Mozart Mello.

2-) Algum projeto, gravação, ou novidade que gostaria de mencionar?
No momento estou divulgando meu primeiro EP que lancei ano passado, “The First Step: Introduction” que pode ser feito o download gratuito no meu site www.rodrigorodrigues.mus.br . Em 2011 ainda foi lançado um projeto  em que faço parte juntamente com outros grandes guitarristas brasileiros chamado “Heart of a Hero” que é um tributo ao Jason Becker que pode ser feito o dowload gratuito no site www.guitarclinic.com.br e ainda fazer uma doação de qualquer quantia via Pay Pal que é destinado ao tratamento do guitarrista. No momento continuo lecionando nas cidades de Bragança Paulista/SP e São Paulo e para o final do ano estou organizando um evento em Bragança voltado para guitarristas que ainda não tenho muita coisa definida, portanto não tenho como adiantar como será esse evento.  Paralelamente ás aulas tenho feito shows com meu trio que conta com Erik Salles no baixo e Denis Souza Cruz na bateria. 

3-) Ultimamente o que tem escutado e estudado?
Sou um cara bastante eclético, gosto desde pop, eletrônico até metal e fusion. Gosto de bandas de metal como Slayer, Testament, Megadeth, Arch Enemy, Symphony X, e adoro os primeiros trabalhos do Dream Theater. Tenho escutado muito guitarristas que também cantam como Richie Kotzen, Richie Sambora, John Mayer, Joe Bonamassa, até os mais antigos como Hendrix, Gary Moore e Stevie Ray Vaughan. De instrumental tenho escutado mais caras como Greg Howe, Guthrie Govan, Robben Ford, Scott Henderson e Jeff Beck. Tenho me interessado mais por blues, desde o tradicional ao moderno, estou procurando pesquisar coisas do estilo.

4-) Em termos de equipamento o que costuma usar? Varia muito de estudio para um show ou um workshop?
Depende muito do trabalho que vou gravar, estilo musical ou o que o artista precisa. Para gravação do meu CD eu usei apenas minha Strato com Floyd Rose e Humbucker- Single-Single e minha Telecaster plugadas direto no amplificador que era do estúdio, um Mesa Boogie Single Rectifier. Algumas vezes usei um pedal da Maxon tipo Tube Screamer.  Já nos shows e workshops uso o mesmo equipamento. Uso um amplificador Bad Snake da Snake, que é um dos melhores amplificadores do Brasil, pedalboard e fonte da Fire Custom Shop e um pedal overdrive da mesma marca que gostei tanto que acabei abandonando alguns pedais gringos que eu usava. Esse overdrive da Fire sai super bem em qualquer ocasião, e pretendo usá-lo nas próximas gravações. Minha pedaleira ainda consiste em um Tube Screamer e um Marshall Jackhammer para coisas mais pesadas, Compressor, Chorus, Delay e Noise Supressor todos da Boss, Phaser MXR e Wha Wha Cry Baby.

5-) Na sua visão quais os fatores positivos e negativos que essa fusão Música e Internet podem nos trazer?
A internet  está revolucionando o mundo em todos os aspectos. A interação, velocidade e quantidade de informação é muito grande.  Uma das melhores coisas que aconteceu com a internet é que está muito mais fácil de divulgar o seu trabalho para uma quantidade muito maior de pessoas. Sua música roda o mundo todo em minutos, coisa que seria muito mais dificil e demorado em outros tempos. Sites de relacionamento como Myspace, Facebook ou Twitter são uma ótima opção para divulgar seu trabalho além de blogs e vários sites que abrem espaço principalmente para músicos independentes.  Além de que você tem acesso direto a todo tipo de informação, mas o lado ruim é a forma que você vai absorve-la. Por exemplo: pelo menos 90% dos alunos que já tive que aprenderam coisas na internet acaba tendo vários vícios, palhetando de forma errada, com grandes problemas de digitação, etc. As pessoas tem que saber absorver a informação, porque senão acaba absorvendo da forma errada, e assim demorando muito mais tempo do que se estivesse com um professor para orientar da forma correta. A quantidade de videos aula amadoras no Youtube é assustadora, e imagine para um garoto que está começando que não sabe o que é certo ou errado? Hoje em dia temos também a geração “youtube” de guitarristas, ou aquele famoso “guitarrista de quartinho”, que fica fazendo milhões de notas por dia dentro do quarto e fazendo videos no youtube para mostrar o quanto é rápido. Não querendo criticar as pessoas que fazem isso, pois até eu posto alguns videos de alguns solos que adimiro, mas esses guitarristas tem que viver a experiência de tocar em bandas de diversos estilos, tendo que se virar em diversas ocasiões. Tocando em lugares ruins, com equipamento ruim, e muitas vezes para um público ruim, e tendo que praticamente fazer muito milagre para fazer um bom show.  Essas coisas você NUNCA irá aprender sentado na sua cama tocando sextinas e fazendo videos para o youtube.

6-) Como funciona o seu processo de composição, por qual elemento costuma começar, e o que procura priorizar?
As idéias acabam surgindo quando menos espero. E essas horas sempre estou com o celular por perto e acabo gravando essa idéia para desenvolvê-las mais tarde. Mas o grande problema é que quando vou mexer naquela idéia a coisa acaba ficando mais lenta porque sou um pouco perfeccionista. Já tive várias composições que foram parar no lixo porque não consiguia dar continuidade para uma idéia. Por causa de tudo isso que demorei tanto tempo para lançar meu trabalho.
Acho que uma boa composição é composta por alguns fatores essenciais como, melodia, harmonia, interpretação e timbre. Tive muito cuidado com esses quatro fatores com meu CD. Procurei não exagerar na quantidade de notas, porque acho que o tipo de música que estou fazendo atualmente não exige.  

7-) Quais são suas principais influências?
Minhas influências variam de tempos em tempos. Tudo que ouço no momento acaba me influenciando. Mas basicamente posso dizer que meus guitarristas preferidos atualmente são, Richie Kotzen,  Greg Howe, Nuno Bettencourt, John Mayer e Richie Sambora.

8-) Muito Obrigado pela entrevista, gostariamos que deixasse uma mensagem para os leitores do blog.
Agradeço muito pela oportunidade e espaço  e a todos que tem me apoiado e acompanhando meu trabalho. Para mais informações acessem meu site www.rodrigorodrigues.mus.br .



ROCK!!! 

2 comentários:

  1. HAHA Muito boa a entrevista... o RR arrebenta!
    Venho acompanhando o trabalho dele pela internet ha algum tempo. Muita técnica, velocidade, excelentes timbres... Foi um dos poucos que ouvi uma música só por ouvir, e senti que tinha que ir atrás do trabalho e conhecer mais... não me arrependo. Curto quase todas as musicas do seu EP, muito bom! Espero que ele continue crescendo mais e mais no Brasil, e que também venha fazer um work aqui na minha cidade. rsrs Sucesso RR!

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  2. Fala Chrystian...

    valeu amigo! fico feliz que tenha gostado...

    as entrevistas é uma iniciativa minha, mais uma parceria com grandes nomes da guitarra brasileira, com a colaboração e boa vontade deles, consigo trazer um poco do dia a dia de um guitarrista profissional no Brasil, pois não adianta nada eu ficar aqui postando duzentas matérias sobre música e guitarra, sem trazer esse tipo de informação e experiência para os leitores,agradeço não só ao RR mas como todos os que participaram, acredito que isso seja muito importante para quem frequenta o blog.. sabe a guitarra brasileira é muito bem representada.. porém pouco divulgada.. não me exito em dizer, que aqui em um país onde a guitarra não é o instrumento de destaque, possuímos guitarristas tão ou até mais competentes que muitos outros por aí, a musicalidade e cultura brasileira, nos permite coisas que os gringos infelizmente nunca terão, que é a própria maneira tão particular de se tocar guitarra...e claro o RR está nesse meio, suas músicas são repletas de nuances e sonoridades distintas, é fácil perceber que é um guitarrista que estudou diversos estilos e soube aplicar isso em suas músicas com sutileza e inteligência..é isso que faz um bom guitarrista.. saber expressar com exatidão aquilo que pretende e imprimir com segurança suas idéias atráves de harmonias e melodias...

    é isso aee.. chrystian.. obg. o acesso e convido você a estar sempre aí com a gente participando, comentando e dando sugestões para o blog ficar cada vez melhor

    abs.

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