18 de outubro de 2013

Entrevista :: Márcio Okayama

Fala Galerinha do Maaaaall!!!

Voltamos com as entrevistas!! e contamos com a presença de mais um dos grandes nomes da guitarra nacional, dessa vez trago para vocês uma entrevista com Márcio Okayama, muito conhecido por seus trabalhos autorais, dos mais variados gêneros e sonoridades bem diferenciadas!!

A entrevista foi bem legal e descontraída, um belo bate papo sobre guitarra, vida, equipamento, profissão e carreira!

Aproveito o espaço para agradecer a atenção do Márcio, são pessoas assim que ajudam, e mantém viva a guitarra no Brasil!!! Valeuuuuu broww!!!

Enfim, chega de papo e vamos a entrevista!!!!





1-) Conte um pouco sobre o seu início na guitarra, quais eram as dificuldades e desafios da época?

Bom, como se pode perceber, estávamos lidando com outro Planeta, (anos oitenta) o enfoque de vida, perspectivas e organização geral social eram radicalmente diferentes.

Esses dias, estava conversando com um grande amigo que foi roadie do Sepultura e é empresário e agitador cultural, o lendário Kichi, sobre como bastava um disco novo de metal (que  fosse Venom, Slayer ou Voivod rssss) com uma garrafa de coca cola para ter diversão garantida pelo fim de semana....

Para nós bastava uma guitarrinha, um pedal de drive e um amplizinho, para passarmos meses dissecando nossos solos e riffs favoritos...

Um dos grandes problemas desta tecnocracia em que vivemos é o fim deste romantismo em relação à música e a vida em geral, isto tudo nos impulsionava mais, os desafios eram mais saborosos de ser superados.


2-) Para você, o que é indispensável para ser um bom guitarrista?

Visão da música como um todo, convicção nos seus princípios musicais e saber lidar com o presente, tendo um olho no futuro e o outro respeitando e entendendo o passado...

Além de, obviamente, muito estudo e dedicação...

3-) Atuando como professor em uma das mais conceituadas escolas de música no Brasil, qual a importância do estudo musical na vida de uma pessoa?

Cara, independente da loteria que é viver de música (não só no Brasil), e se profissionalizar, devemos manter bem claro o princípio que o estudo musical nos torna pessoas melhores;  nos prepara melhor para a vida, baliza os valores da sociedade,  levando em conta a tragédia cultural que o país está afundado..

4-) Atualmente, o que anda estudando e escutando?

Checando o I pod...rsssss. Bom, estou revisitando as sinfonias de Mahler;  das bandas novas, piro com o Stone Sour(a síntese do metal moderno!), e os “classics” de sempre: Who, Beatles, UFO( MS is godlike!!!!) Neil Young, Monkess, Kraftwerk, Tangerine Dream, Ramones etc...

Em termos de referencia de mix e produção, Bjork, David Holmes e NIN.

O estudo acaba sendo direcionado para as pesquisas e necessidades do dia a dia (repertório de bandas, aulas, etc...)



5-) Em termos de equipamento, o que tem usado? Costuma variar muito de uma situação de palco, para uma situação de estúdio?

Tenho um acervo legal de guitars, amplis, racks e pedais, mas para ser sincero volto na tese de que quanto menos equipo, melhor; o som sai mais verdadeiro e dá menos enchessão de saco com manutenção...

As guitarras que mais uso são uma Telecaster signature minha da Seizi e uma copia da Jaguar feita a mão por ele também, amplis, sempre Marshall e três pedais: um drive, chorus e um delay...

6-) Alguma parceria, ou novos projetos que gostaria de mencionar?

Toneladas, rssss, falta agenda...

Estou refazendo meu site que além de dicas e aulas, será focado na acessória de bandas e produção de artistas, vai ter também uma loja virtual com books, CDs, material para download e  merch relativo a meu trabalho.

Toco com dois trios diferentes o Kalango Kamikaze (com meus bros de longa data Rodrigo Brizzi(bx) e Luis Pagoto(bt)) e o Apostrophe, este com o Fernando Tavares(bx) e o Diogo Gil(bt), mais voltado a releituras de Zappa, King Crinson e com  sons autorais também).

Vou lançar dois Cds digitais no site, Zen Garden ( Lounge experimental) e Naked Zen (só com músicas acústicas)

Estou produzindo/compondo junto com o Rodrigo Brizzi um som autoral pesado cantado em português que logo vamos divulgar a “licitação” para vocalistas na internet...rs

E no meio desta pilha, vou aos poucos finalizando meu segundo CD Solo (Crônicas do Kaos...)


7-) Quais foram suas principais influências no começo de sua carreira, e quais são agora?

Toneladas de novo bro! rsssss:

La vai, Hendrix, Randy Rhoads, Andy Summers, Jason Becker, Who, Metallica, Eddie Van Halen, Zappa, Penderecki, Beatles ,Steve Morse, Roy Buchanan, Kitaro e mais uma penca.

Todavia, gostaria de resaltar estes brasileiros que tem um peso bem maior que os “gringos” pelo fato de ter tido a benção de ser orientado e ensinado por eles diretamente: Mozart Mello, Andre Christovam, Ulisses Rocha e Wander Taffo.

8-) Em quais fatores você acredita que a internet e a informática podem auxiliar no crescimento musical? Seja como estudante ou como profissional.

De um modo geral trouxe benefícios, mas criou uma bela confusão no cenário e no mercado, existe uma urgência em se reinventar a cada cinco minutos, o que pode ser até bom, mas a internet criou uma sociopatia forte em relação ao excesso de exposição e vaidade, onde uma geração busca a fama e massagem no ego antes de buscarem formação e atuação. Em termos didáticos é preciso saber filtra o que é legal ou não.

9-) Para terminar, pedimos que deixe alguma mensagem aos fãs e leitores do blog.

Como sempre fé em Deus e pé na tabua... Como diria meu saudosos mentor Wander Taffo, as coisas acontecem na nossa vida em função do tamanho de nossa fé...

Music is the Best!!!!! Obrigado pelo apoio de sempre!



ROCK!!!