24 de abril de 2014

Entrevista :: Rodrigo Campagnolo

Fala Amigoooos!!!

Vamos com mais uma entrevista??? Yeahhh!!! claro que vamos... Mais uma fez em parceria com a excelente Island Press, trazemos até você o incrível Rodrigo Campagnolo!! Na entrevista conversamos sobre tudo... carreira, início, influencias, equipamento, enfim... tudo aquilo que todo guitarrista tem curiosidade por saber.



A entrevista está bem interessante, muito bem respondida e muito simpática nos conteúdos abordados! Fica aqui meu agradecimento ao Rodrigo... digo que gostei dos seus trabalhos, da maneira que você toca e que aborda os conteúdos no blues e na guitarra!!!! Também agradeço ao Romel Santos da Island Press por ajudar o blog com entrevistas cada vez mais enriquecedoras para o pessoal do blog!!! Valeu Galera!!! abraço a todos!!!


1- Conte um pouco sobre seu inicio na guitarra, quais foram as principais dificuldades? Quais os primeiros desafios? E como eram seus equipamentos na época?

Comecei na guitarra “tarde”, com 14 anos. Antes disso havia estudado anos de piano clássico. Eu poderia ter sido um excelente pianista, mas aí um dia escutei Ac/Dc. Logo depois escutei pela primeira vez Queen, Van Halen e Scorpions... foi o adeus à carreira de pianista e o início de tudo pra mim.

Acho que duas das maiores dificuldades no início de tudo foram:

1 - não ter condições financeiras para já começar com um instrumento descente.
2 - não conseguíamos acesso ao material de estudo legal. Lembro que a cópia da cópia do original em VHS de uma vídeo aula do Paul Gilbert, por exemplo, custava caríssimo e vinha em preto e branco, imagem tremida... mas lá a gente ficava, horas, dias, meses praticando.
A fome de aprender era maior naquela época, pois era muito difícil conseguir tudo, equipamento, CDs, vídeo aulas, etc...

No mais foram as dificuldades que todo o artista, banda, grupo ou o que for, passa durante sua carreira.

Os equipamentos não eram dos melhores.

Minha primeira guitarra, comprada com muito custo pelos meus pais, era muito ruim. Minha primeira banda ensaiava com duas guitarras, baixo e voz ligados todos na mesma caixa amplificada. Meu Deus... era tudo muito precário, por isso sempre me foquei no “tocar” e não tanto no “equipamento”. Foram alguns anos de muito trabalho até conseguir juntar um equipamento descente.





2-) Em qual o momento que você viu que a música seria seu meio de sobrevivência? E para você como foi encarar essa realidade?

Desde o início, eu sempre tive certeza de que me tornaria um “guitarrista” – lembro até hoje o “dia d”: estava assistindo junto com um amigo ao documentário “Os Anos do Heavy Metal” (The Decline of the Western Civilization - The Metal Years) e ali que eu decidi. Eu devia ter uns 15 ou 16 anos na época. A transição entre a música ser além de paixão, o trabalho, se deu de uma maneira natural. Apesar de ser formado em Comunicação Social, sempre tive a certeza de que seria “músico”, que a música, a guitarra, a voz - essas seriam minhas armas pra enfrentar a vida. Eu nunca quis diferente.






3-) Possui parceria com empresas do ramo musical? Algumas marcas que gostaria de mencionar?

Faz oito anos que eu uso o pedal de distorção CS HOT Tube MG73 - desenvolvido pelo meu amigo Clésio Stanislavski. É um pedal valvulado excelente. Quando me pego numa situação em que o amp não é meu ou é uma marca ou modelo que não oferece confiança, esse pedal faz milagre, eu posso sempre contar que vou ter uma sonzeira.
Também tenho o apoio dos encordoamentos EXLIXIR – faz três anos que todas as minhas guitarras e violões possuem ELIXIR e é sem sombra de dúvidas o encordoamento com a vida útil mais longa que eu já usei. O timbre, a aparência, a maciez... tudo dura por muitos meses.
Guitarras e baixos no cd Strength to go On da Electric Blues Explosion e também no DVD – todos com encordoamentos ELIXIR. Por enquanto são meus dois únicos parceiros e eu garanto: se não fossem bons, eu não usaria. O lance do “endorse” no Brasil funciona diferente do que eu acho que deveria ser, portanto não faço questão de ir atrás disso.





4-) Ultimamente o que tem usado em termos de equipamentos? Costuma variar muito de um trabalho em estúdio, para outro ao vivo?

O cd e o DVD da Electric Blues Explosion foram gravados com um Marshall JCM 800 1x12 que já não possuo mais.
Atualmente virei fã de carteirinha do EVH 5150 da Fender - tenho o cabeçote 50w e uma caixa 1x12.
Três canais, timbres matadores.
Tenho também um Fender Blues Jr. 3 Humbolt que uso na maioria dos shows pela praticidade. Daí é só colocar o CS Hot Tube e pronto, rock n’ roll!

De efeitos: MXR Phase 90, Boss DD3 e um Rush Noise Reduction.
Raramente uso o a-wah, apesar de tê-lo usado nas gravaões do cd... gosto do set simples.

Tenho dois sets exatamente iguais, um para cada amp, ambos com as mesmas coisas – um deles tem um MOOER Shimverb, pois o 5150 não possui reverb e eu gosto de abusar do reverb! Assim posso ter um equipamento pra estrada e um pronto pra gravações ou ensaios.

De guitarras, uso uma Fender Strato Richie Kotzen que acho que vou ter pro resto da vida, pois é muito boa pro meu estilo de tocar, e é minha principal guitarra com a Electric Blues Explosion.

Tenho outras guitarras mais 80’s, com humbuckers e floyd rose:  uma Kramer Pacer e uma ESP George Lynch Sunburst Tiger - que eu uso para outros projetos, mas o blues/rock mesmo rola com a Fender Kotzen. Tenho uma strato que montei com partes de guitarras Fender, com humbuckers também e uma pintura igual ao Van Halen 1978 - branca com listras pretas.

Na gravação do segundo cd e no DVD usei também uma Gibson Classic 1960 reissue, um violão de 12 cordas que não lembro agora a marca e um de 6 cordas - ambos foram emprestados, realmente não lembro a marca.

A principal diferença é que no trabalho de estúdio, em prol da composição, pode-se usar e abusar de overdubs, vozes, efeitos, etc... no caso da Electric, o primeiro cd foi gravado e mixado sem muitos overdubs; já nesse novo trabalho, resolvi dar às músicas o que elas pediam em relação a arranjos e overdubs. Mas nada que não consigamos fazer ao vivo.





5-) Um dos seus principais trabalhos, o Electric Blues Explosion, surgiu em 2006, liderado por você com uma proposta inicialmente de se concentrar em covers de nomes clássicos desse segmento musical, o blues é algo natural para você, que faz parte de sua musicalidade, ou foi um trabalho que você teve curiosidade e ambição por se aprimorar?

Sim, o blues é natural pra mim. Assim como o Clássico, o Jazz, Rock... quando era pequeno eu era cercado de discos de Mozzart, Queen, Ray Charles, Chaykovsky, Beatles, Jetro Thul, Eric Clapton, Muddy Watters... à medida que fui ficando mais velho conheci Metallica, Van Halen, Ac/Dc; sempre ganhei de presente, discos – Jeff Beck, The Cult, Gary Moore,...
No início como qualquer guitarrista adolescente, o que mais me atraia na campo da guitarra eram guitarristas virtuoses – Malmsteen, Satriani, Vai e Paul Gilbert foram os primeiros – Van Halen, Tony Macalpine, Vinnie Moore, Randy Roads, Richie Kotzen, Jason Becker, Zakk Wylde...
Depois comecei a curtir mais caras como Gary Moore, Warren Haynes, Clapton, Stevie Ray Vaughan, Slash, Joe Bonamassa... na verdade todo o guitarrista que escuto vira uma influência. Quando escutei pela primeira vez o TOP GUN Anthem (isso quando o filme era lançamento!!!) – virei grande fã de Steve Stevens. Lembro te escutar Rosana, do TOTO, pois na época era tema de uma novela da Globo eu acho, e eu já era fã do Steve Lukather antes mesmo de saber quem ele era, entende?
Conheci Aerosmith por causa da versão em português de “Angel” feita pela banda Yahoo... (sim, eu sou isso de velho, hahahaha)
Sou muito grato pelo ambiente que cresci, sempre cheio de boas influências musicais







6-) Em 2011 vocês lançaram um disco intitulado Draw The Line” com apenas músicas inéditas, como funciona o processo de composição da banda? Vocês costumam trabalhar juntos, ou as ideias surgem separadamente?

Nesse disco e também no nosso novo trabalho, as músicas são composições minhas que são arranjadas em conjunto com o Graziano Anzolin (tecladista) que também contribuiu com suas composições. Todas as letras são de minha autoria. Depois baixos e foram sendo moldados em ensaios, até que a coisa fique interessante.





7-) Algum outro trabalho autoral no segmento artístico musical que gostaria de mencionar?

Tenho dois CDs e um DVD lançados com a banda EXIT11 - a galera pode conferir no meu canal no youtube algumas músicas tiradas do DVD e com certeza se procurar encontra os CDs pra baixar porque eu mesmo já encontrei - o primeiro chama-se “Just Inside My Head”? e o segundo -  “All Exits Are Closed”.
Pretendo gravar um segundo cd instrumental, mas ainda sem previsão de lançamento.





8-) Atualmente, o que tem ouvido e estudado?

Cara, escuto de tudo. Por exemplo, enquanto respondia essas perguntas, estava escutando Freedom To Fly, de 1992 - pra mim o melhor disco de Tony Macalpine. Mas antes estava escutando uma do disco novo do Kenny Wayne Shepherd.
O último do Robert Cray - Nothing but Love - esse cara é um blueseiro que eu curto muito, além de tocar muito tem uma voz muito boa. Mas também tenho escutado Steel Panther e Joe Bonamassa, John Mayer ou seja, escuto de tudo, desde que seja bom. Amo a guitarra cara, essa é a verdade.
Quanto à técnica, tento estar sempre em dia com a destreza e estou sempre em busca de novos fraseados e idéias interessantes.







9-) A internet se faz cada vez mais presente na realidade pessoal e nos mais variados ramos profissionais, na música como você acha que a internet pode contribuir para o desenvolvimento didático e profissional dos músicos? Qual a melhor maneira do músico profissional se posicionar diante dessa realidade para se beneficiar da melhor forma dessa nova ferramenta de trabalho?

Ainda não tenho certeza qual a melhor maneira para se beneficiar da exposição que as redes sociais permitem, não somente ao artista mas a qualquer um, na verdade.
Acho que estar aberto a novos conceitos e idéias é um começo. Entender os mecanismos do “business” atual da música... mas o mais importante pra mim é apresentar um ótimo trabalho. A internet oferece uma maneira prática e extremamente eficiente para o artista divulgar seu trabalho, mas se a música não for verdadeira não vai tocar as pessoas de verdade.






10-) Para terminar, gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog. Muito Obrigado!

Quero dizer que foi um prazer responder as perguntas, e pra galera assídua do blog, quero dizer: keep rockin’!!!
Divulguem os artistas que vocês estão curtindo, compartilhem, comentem, mas não se esqueçam de ver ao vivo quando tiverem oportunidade.
A internet não é o palco - a magia do “ao vivo” ainda não foi recriada artificialmente.

Abraxxx!





ROCK!!!

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