Vamos com mais uma entrevista??? Yeahhh!!! claro que vamos... Mais uma fez em parceria com a excelente Island Press, trazemos até você o incrível Rodrigo Campagnolo!! Na entrevista conversamos sobre tudo... carreira, início, influencias, equipamento, enfim... tudo aquilo que todo guitarrista tem curiosidade por saber.
A entrevista está bem interessante, muito bem respondida e muito simpática nos conteúdos abordados! Fica aqui meu agradecimento ao Rodrigo... digo que gostei dos seus trabalhos, da maneira que você toca e que aborda os conteúdos no blues e na guitarra!!!! Também agradeço ao Romel Santos da Island Press por ajudar o blog com entrevistas cada vez mais enriquecedoras para o pessoal do blog!!! Valeu Galera!!! abraço a todos!!!
1- Conte um pouco sobre seu
inicio na guitarra, quais foram as principais dificuldades? Quais os primeiros
desafios? E como eram seus equipamentos na época?
Comecei
na guitarra “tarde”, com 14 anos. Antes disso havia estudado anos de piano
clássico. Eu poderia ter sido um excelente pianista, mas aí um dia escutei
Ac/Dc. Logo depois escutei pela primeira vez Queen, Van Halen e Scorpions...
foi o adeus à carreira de pianista e o início de tudo pra mim.
Acho
que duas das maiores dificuldades no início de tudo foram:
1
- não ter condições financeiras para já começar com um instrumento descente.
2
- não conseguíamos acesso ao material de estudo legal. Lembro que a cópia da
cópia do original em VHS de uma vídeo aula do Paul Gilbert, por exemplo,
custava caríssimo e vinha em preto e branco, imagem tremida... mas lá a gente
ficava, horas, dias, meses praticando.
A
fome de aprender era maior naquela época, pois era muito difícil conseguir
tudo, equipamento, CDs, vídeo aulas, etc...
No
mais foram as dificuldades que todo o artista, banda, grupo ou o que for, passa
durante sua carreira.
Os
equipamentos não eram dos melhores.
Minha
primeira guitarra, comprada com muito custo pelos meus pais, era muito ruim.
Minha primeira banda ensaiava com duas guitarras, baixo e voz ligados todos na
mesma caixa amplificada. Meu Deus... era tudo muito precário, por isso sempre
me foquei no “tocar” e não tanto no “equipamento”. Foram alguns anos de muito
trabalho até conseguir juntar um equipamento descente.
2-) Em qual o momento que
você viu que a música seria seu meio de sobrevivência? E para você como foi
encarar essa realidade?
Desde
o início, eu sempre tive certeza de que me tornaria um “guitarrista” – lembro
até hoje o “dia d”: estava assistindo junto com um amigo ao documentário “Os
Anos do Heavy Metal” (The Decline of the Western Civilization - The Metal
Years) e ali que eu decidi. Eu devia ter uns 15 ou 16 anos na época. A
transição entre a música ser além de paixão, o trabalho, se deu de uma maneira
natural. Apesar de ser formado em Comunicação Social, sempre tive a certeza de
que seria “músico”, que a música, a guitarra, a voz - essas seriam minhas armas
pra enfrentar a vida. Eu nunca quis diferente.
3-) Possui parceria com
empresas do ramo musical? Algumas marcas que gostaria de mencionar?
Faz
oito anos que eu uso o pedal de distorção CS HOT Tube MG73 - desenvolvido pelo
meu amigo Clésio Stanislavski. É um pedal valvulado excelente. Quando me pego
numa situação em que o amp não é meu ou é uma marca ou modelo que não oferece
confiança, esse pedal faz milagre, eu posso sempre contar que vou ter uma
sonzeira.
Também
tenho o apoio dos encordoamentos EXLIXIR – faz três anos que todas as minhas
guitarras e violões possuem ELIXIR e é sem sombra de dúvidas o encordoamento
com a vida útil mais longa que eu já usei. O timbre, a aparência, a maciez...
tudo dura por muitos meses.
Guitarras
e baixos no cd Strength to go On da Electric Blues Explosion e também no DVD –
todos com encordoamentos ELIXIR. Por enquanto são meus dois únicos parceiros e
eu garanto: se não fossem bons, eu não usaria. O lance do “endorse” no Brasil
funciona diferente do que eu acho que deveria ser, portanto não faço questão de
ir atrás disso.
4-) Ultimamente o que tem
usado em termos de equipamentos? Costuma variar muito de um trabalho em
estúdio, para outro ao vivo?
O
cd e o DVD da Electric Blues Explosion foram gravados com um Marshall JCM 800
1x12 que já não possuo mais.
Atualmente
virei fã de carteirinha do EVH 5150 da Fender - tenho o cabeçote 50w e uma
caixa 1x12.
Três
canais, timbres matadores.
Tenho
também um Fender Blues Jr. 3 Humbolt que uso na maioria dos shows pela
praticidade. Daí é só colocar o CS Hot Tube e pronto, rock n’ roll!
De
efeitos: MXR Phase 90, Boss DD3 e um Rush Noise Reduction.
Raramente
uso o a-wah, apesar de tê-lo usado nas gravaões do cd... gosto do set simples.
Tenho
dois sets exatamente iguais, um para cada amp, ambos com as mesmas coisas – um
deles tem um MOOER Shimverb, pois o 5150 não possui reverb e eu gosto de abusar
do reverb! Assim posso ter um equipamento pra estrada e um pronto pra gravações
ou ensaios.
De
guitarras, uso uma Fender Strato Richie Kotzen que acho que vou ter pro resto
da vida, pois é muito boa pro meu estilo de tocar, e é minha principal guitarra
com a Electric Blues Explosion.
Tenho
outras guitarras mais 80’s, com humbuckers e floyd rose: uma Kramer Pacer e uma ESP George Lynch
Sunburst Tiger - que eu uso para outros projetos, mas o blues/rock mesmo rola com
a Fender Kotzen. Tenho uma strato que montei com partes de guitarras Fender,
com humbuckers também e uma pintura igual ao Van Halen 1978 - branca com
listras pretas.
Na
gravação do segundo cd e no DVD usei também uma Gibson Classic 1960 reissue, um
violão de 12 cordas que não lembro agora a marca e um de 6 cordas - ambos foram
emprestados, realmente não lembro a marca.
A
principal diferença é que no trabalho de estúdio, em prol da composição,
pode-se usar e abusar de overdubs, vozes, efeitos, etc... no caso da Electric,
o primeiro cd foi gravado e mixado sem muitos overdubs; já nesse novo trabalho,
resolvi dar às músicas o que elas pediam em relação a arranjos e overdubs. Mas
nada que não consigamos fazer ao vivo.
5-) Um dos seus principais
trabalhos, o Electric Blues Explosion, surgiu em 2006, liderado por você com
uma proposta inicialmente de se concentrar em covers de nomes clássicos desse
segmento musical, o blues é algo natural para você, que faz parte de sua
musicalidade, ou foi um trabalho que você teve curiosidade e ambição por se
aprimorar?
Sim,
o blues é natural pra mim. Assim como o Clássico, o Jazz, Rock... quando era
pequeno eu era cercado de discos de Mozzart, Queen, Ray Charles, Chaykovsky,
Beatles, Jetro Thul, Eric Clapton, Muddy Watters... à medida que fui ficando
mais velho conheci Metallica, Van Halen, Ac/Dc; sempre ganhei de presente,
discos – Jeff Beck, The Cult, Gary Moore,...
No
início como qualquer guitarrista adolescente, o que mais me atraia na campo da
guitarra eram guitarristas virtuoses – Malmsteen, Satriani, Vai e Paul Gilbert
foram os primeiros – Van Halen, Tony Macalpine, Vinnie Moore, Randy Roads, Richie
Kotzen, Jason Becker, Zakk Wylde...
Depois
comecei a curtir mais caras como Gary Moore, Warren Haynes, Clapton, Stevie Ray
Vaughan, Slash, Joe Bonamassa... na verdade todo o guitarrista que escuto vira
uma influência. Quando escutei pela primeira vez o TOP GUN Anthem (isso quando
o filme era lançamento!!!) – virei grande fã de Steve Stevens. Lembro te
escutar Rosana, do TOTO, pois na época era tema de uma novela da Globo eu acho,
e eu já era fã do Steve Lukather antes mesmo de saber quem ele era, entende?
Conheci
Aerosmith por causa da versão em português de “Angel” feita pela banda Yahoo...
(sim, eu sou isso de velho, hahahaha)
Sou
muito grato pelo ambiente que cresci, sempre cheio de boas influências musicais
6-) Em 2011 vocês lançaram
um disco intitulado Draw The Line” com apenas músicas inéditas, como funciona o
processo de composição da banda? Vocês costumam trabalhar juntos, ou as ideias
surgem separadamente?
Nesse
disco e também no nosso novo trabalho, as músicas são composições minhas que
são arranjadas em conjunto com o Graziano Anzolin (tecladista) que também
contribuiu com suas composições. Todas as letras são de minha autoria. Depois
baixos e foram sendo moldados em ensaios, até que a coisa fique interessante.
7-) Algum outro trabalho
autoral no segmento artístico musical que gostaria de mencionar?
Tenho
dois CDs e um DVD lançados com a banda EXIT11 - a galera pode conferir no meu
canal no youtube algumas músicas tiradas do DVD e com certeza se procurar
encontra os CDs pra baixar porque eu mesmo já encontrei - o primeiro chama-se “Just
Inside My Head”? e o segundo - “All
Exits Are Closed”.
Pretendo
gravar um segundo cd instrumental, mas ainda sem previsão de lançamento.
8-) Atualmente, o que tem
ouvido e estudado?
Cara,
escuto de tudo. Por exemplo, enquanto respondia essas perguntas, estava escutando
Freedom To Fly, de 1992 - pra mim o melhor disco de Tony Macalpine. Mas antes
estava escutando uma do disco novo do Kenny Wayne Shepherd.
O
último do Robert Cray - Nothing but Love - esse cara é um blueseiro que eu
curto muito, além de tocar muito tem uma voz muito boa. Mas também tenho
escutado Steel Panther e Joe Bonamassa, John Mayer ou seja, escuto de tudo,
desde que seja bom. Amo a guitarra cara, essa é a verdade.
Quanto
à técnica, tento estar sempre em dia com a destreza e estou sempre em busca de
novos fraseados e idéias interessantes.
9-) A internet se faz cada
vez mais presente na realidade pessoal e nos mais variados ramos profissionais,
na música como você acha que a internet pode contribuir para o desenvolvimento
didático e profissional dos músicos? Qual a melhor maneira do músico
profissional se posicionar diante dessa realidade para se beneficiar da melhor
forma dessa nova ferramenta de trabalho?
Ainda
não tenho certeza qual a melhor maneira para se beneficiar da exposição que as
redes sociais permitem, não somente ao artista mas a qualquer um, na verdade.
Acho
que estar aberto a novos conceitos e idéias é um começo. Entender os mecanismos
do “business” atual da música... mas o mais importante pra mim é apresentar um
ótimo trabalho. A internet oferece uma maneira prática e extremamente eficiente
para o artista divulgar seu trabalho, mas se a música não for verdadeira não
vai tocar as pessoas de verdade.
10-) Para terminar,
gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog. Muito
Obrigado!
Quero
dizer que foi um prazer responder as perguntas, e pra galera assídua do blog,
quero dizer: keep rockin’!!!
Divulguem
os artistas que vocês estão curtindo, compartilhem, comentem, mas não se
esqueçam de ver ao vivo quando tiverem oportunidade.
A
internet não é o palco - a magia do “ao vivo” ainda não foi recriada
artificialmente.
Abraxxx!
ROCK!!!
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