19 de novembro de 2014

Entrevista :: Douglas Jen (SupreMa)

Fala Pessoal!!!!

Segue uma entrevista fresquinha para vocês!!!! Desta vez por intermédio da Fúria Music Imprensa conversamos com Douglas Jen! Que nos concedeu uma bela entrevista com muita simpatia e cheia de detalhes de suas carreira e dos anos a frente do SupreMa! Que com todas certezas é uma das bandas de maior destaque nacional e internacional da última década!
 Enfim, Segue abaixo o bate-papo! Agradecemos o Douglas pela atenção e simpatia e a Furia Music por nos proporcionar esse belo contato!!!





1-) Conte um pouco sobre seu início e quais suas primeiras influencias e desafios?

Douglas Jen: E ai pessoal do Guitar Tech! É um prazer falar com vocês! O início da minha carreira de músico foi um lance bem difícil, como é na maioria das vezes com todos os que escolhem esta profissão. Comecei tocando violão e fiz algumas poucas aulas, não tinham professores que me despertassem interesse na região e acabei seguindo um caminho auto-didata. Na época não existia internet e tudo o que conseguíamos eram VHS com vídeo-aulas e alguns livros e apostilas, era muito difícil conseguir uma tablatura e o máximo que você encontrava eram revistinhas de cifras. Mas foi uma época que me colocou à prova, com tantas dificuldades de se aprender o instrumento seria fácil desistir, e passei nesta prova de fogo e continuo até hoje. Tem muita gente que desiste na primeira pedra e eu creio que a vida vai moldando as pessoas pelos seus desafios naturais. Minhas primeiras influencias foram bandas de rock que eu ouvia em vinis e fitas k7, na época ouvia Iron Maiden, Metallica e Guns ‘n Roses, assistia aos clipes e aqueles shows gigantescos, quem nunca assistiu o “Queen – Live in London” e não quis fazer aquilo de sua vida? Via os clipes de “Enter Sandman” e “One” do Metallica e “November Rain” do GnR e eu achava aquilo fantástico! Eu empurrava os móveis da sala, pegava um violão velho e ficava dublando os clipes, estes foram meus primeiros “heróis” que fizeram eu querer ser músico.




2-) Atualmente o que tem estudado, e o que tem escutado?

Douglas Jen: Chega um ponto da carreira que você tem tantos compromissos, viagens, reuniões, é preocupação com a marca que te patrocina, com o evento que vai acontecer, com a viagem longa que você vai ficar fora de casa, que nesta correria o instrumento acaba ficando de lado e quando você vai ver fazem 8 ou 10 meses que a guitarra está ali encostada. Neste exato momento estou num voo para New York para fazer uma viagem promocional de divulgação da banda e confesso que eu queria estar praticando alguns saltos de tétrades! Mas temos que gerenciar o tempo e aproveitar os espaços. Claro que tem as aulas, alguns ensaios e shows que fazem você se manter em contato constante com o instrumento, mas faltam aquelas 2 ou 3 horinhas todo os dias pra você estudar pra valer, adquirir coisas novas. Eu tento pegar os intervalos entre as viagens para estudar algo, e costumo me trancar um pouco antes de períodos de gravações e tours. Na parte prática tenho estudado bastante saltos, e durante as viagens eu tenho estudado bastante harmonia e escalas exóticas, creio que isso vai pintar bastante nas minhas próximas composições. O que tenho ouvido ultimamente são bandas da nova geração que tem feito trabalhos bem pesados e progressivos, como o Textures, as bandas que nunca deixam minha playlist, como Dream Theater, Planet X, e algo moderno como Sevendust e Disturbed.




3-) Em termos de equipamento, o que tem usado ultimamente? Costuma variar muito os equipamentos de uma gravação para um show ao vivo?

Douglas Jen: Utilizo um cabeçote Peavey 6505, este era um sonho de consumo que eu tinha, e quando fechei endorsement com eles este ano, foi um grande passo na minha carreira e também como realização pessoal. Todo guitarrista sabe do poder deste amp, as lendas do rock e metal gravaram com ele e os maiores nomes do mundo usam ele para gravar e tocar ao vivo. Guitarras eu utilizo duas Ledur com ponte fixa e inteiriça, eu gosto deste tipo de construção pois me possibilita muito mais sustain e peso, eu uso cordas pesadas .011 e isso deixa o meu som com pegava, agressivo. É legal que uso caps diferentes, na minha 6 cordas uso um par de EMG e na 7 cordas um par de Seymour Duncan com defasadores, tenho todos os timbres que preciso nestes sets. No meu monitoramento, uso equipamento da Power Click, um MX 4x1s que consigo mixar 4 canais antes de jogar no meu In Ear, eu sempre jogo a guitarra, o click, o sampler e a banda, mixo ele do jeito que eu quero e não fico dependendo muito do técnico de monitor. O recurso legal deste equipamento é que você pode ajustar o L/R de cada canal e não fica aquela confusão no seu ouvido. Jogo o click na esquerda, a guitarra na direita, banda uns 30%L e sampler uns 30%R. Fica perfeito para os shows e para ensaios. Uso um Delay e um Wha Wha. Gosto de setups simples, quem está na estrada o tempo todo precisa se adaptar e ter a praticidade de levar poucas coisas no avião e também para montar bem rápido ao vivo. Sobre as gravações e shows, eu uso o mesmo equipamento, sempre! O som que está no disco é o som que todos vão ouvir ao vivo!




4-) Qual sua preferência, amplificadores transistorizados ou valvulados?

Douglas Jen: Valvulados, sem a menor dúvida! Tem gente que não se acostuma e não sabe tirar som de amp valvulado, pois ele tem muita dinâmica e se o cara não tem a pegada, realmente não vai tirar som, vai ficar um embolado terrível... Quando você controla e aprende a tocar com amp valvulado, você não larga nunca mais. É claro que todos tem suas preferências, não é uma regra, mas eu não largo o meu Peavey 6505 por nada. Recentemente eu fiz um vídeo que foi o meu primeiro teste com o 6505 em estúdio, é uma interpretação da música “Before the end” do SupreMa, o som veio perfeito para os riffs pesados ou mesmo para os solos e frases rápidas, assistam: https://www.youtube.com/watch?v=FABu6Ssnlus .




5-) Prefere, pedais analógicos ou digitais? O que pensa da crescente evolução de pedais digitais?

Douglas Jen: Eu sou um cara que mescla bem, se a tecnologia está evoluindo é porque algo de bom tem a acrescentar. Eu gosto muito de alguns pedais analógicos e tenho alguns no meu setup que utilizo dependendo da situação, mas os pedais digitais e racks estão vindo com uma baita qualidade e também com opções diferentes, não vejo o porque algumas pessoas tem preconceito de um ou outro, dá para fazer um belo setup mesclando todas as tecnologias.


6-) Atualmente a internet cresce fortemente e se torna uma das principais ferramentas de trabalho do músico e até profissionais de outras áreas, o que pensa sobre? Qual a melhor maneira de um músico se posicionar para usufruir dessas novas ferramentas de maneira ética e eficaz?

Douglas Jen: Eu sou a favor da internet e de tecnologia em geral, não temos como ir contra. Hoje em dia tudo está fácil à sua mão, e tem que saber aproveitar cada ferramenta que aparece. Os músicos tem que acompanhar a evolução de ferramentas da internet e também de softwares para gravações e também partituras, etc. Muita coisa ficou bem facilitada e você tem que ficar antenado a cada novidade. É trabalhoso acompanhar, mas altamente necessário.




7-) Há mais de dez anos a frente de uma das principais bandas de heavy metal nacional, o SupreMa, sua carreira até se difunde com a da própria banda. Como foi o início? Quais as principais dificuldades?

Douglas Jen: O SupreMa é como um filho pra mim, aquele que você defende com unhas e dentes, sabe? No começo a banda era um grupo de amigos e que tinha pretensões pequenas, eu não sabia onde ia parar esta história, e chegamos a um ponto de grande destaque no Brasil e exterior! Isso é algo que eu não pensava, apesar de sonhar muito. As dificuldades são as mesmas que todas as bandas tem, falta de grana, falta de apoio da família, falta de equipamento, músico da banda que tem emprego paralelo, etc. Com o tempo tudo começou a se resolver, a família começa a apoiar e ver que aquilo é o seu trabalho e não somente uma brincadeira ou diversão,  você conhece as pessoas certas e a fim de levar a coisa a diante. Depois desta fase você se estrutura, mas isso não quer dizer que as dificuldades se acabem, quantos mais passos damos à frente, maior é a responsabilidade e não podemos perder o foco.




8-) Atualmente o SupreMa aproveita de um momento muito importante da sua história. Quais os planos para o futuro e o que podemos esperar do SupreMa daqui para frente?

Douglas Jen: Realmente, a banda está num momento mágico! O CD “Traumatic Scenes” foi muito bem aceito na mídia internacional sempre recebendo notas acima de 8,5/10 e 9/10 dos principais sites do mundo, isso pra gente é muito gratificante. Os dois videoclipes, de “Nightmare” e “Fury and Rage”, ficaram em destaque e nos trouxeram grandes conquistas como semanas em destaque na MTV/BRZ, o 2º lugar nos charts da Rock Label TV da Suiça e também destaques em mais de 100 sites e revistas de metal de todo o mundo. Em ano de Copa do Mundo, as coisas ficaram complicadas, os produtores de eventos não arriscaram muito até a metade do ano, voos caros, hotéis caros e tudo isso inviabilizou o primeiro semestre inteiro. Neste ano em que completamos 10 anos de carreira não iremos passar em branco, temos já um planejamento de shows para o segundo semestre e que iremos divulgar em breve. Estamos pensando também em uma grande surpresa aos fãs, pessoal tem que ficar atento no www.supremametal.com que vão rolar muitas novidades.




9-) Possui alguma parceria com empresas que gostaria de ressaltar?

Douglas Jen: Tenho recebido um suporte imenso de todas as empresas que me patrocinam, a Powerclick sempre me forneceu a parte dos monitores e os utilizo em aulas, gravações e ao vivo. A Ledur tem uma linha de guitarras maravilhosas, e a Peavey dispensa apresentções, com quem tenho feito um trabalho bem legal, e em breve terei alguns vídeos novos testando o 6505.




10-) Agradecemos sua presença aqui no Guitar Tech e para encerrar pedimos que deixe uma mensagem para seus fãs e leitores do blog!


Douglas Jen: Obrigado pelo bate papo, vou deixar o endereço do meu novo website que lancei recentemente www.douglasjen.com , lá você acompanha as novidades da minha carreira, muitas lições gratuitas e também as informações dos workshops que abrirei do Marty Friedman em março/2015. Abraço e até breve!

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