Fala Pessoal do Guitar Tech!!!!
Essa semana conversamos com o guitarrista Júlio Vallim, que nos deu detalhes sobre sua carreira, sobre seu início, equipamentos, projetos e muito mais! O Júlio é um grande talento da guitarra nacional, com composições e idéias bem diferenciadas e amplas!!! vale apena conferir as palavras desse cara! A entrevista está muito legal!!!!
1-) Conte um pouco sobre seu início na música e na guitarra,
quais foram as principais dificuldades e desafios?
Julio Valim: Oi
pessoal do Guitar Tech, é um prazer conversar com vocês. Gosto de música desde
pequeno, ouvia Elvis Presley todos os
dias. Lembro do dia em que ele morreu, fiquei ouvindo uma fita cassete na hora
de dormir, tinha 8 ou 9 anos, fiquei
muito triste. Logo conheci as bandas de heavy clássicas: Iron Maiden, Black
Sabbath... mas me apaixonei pela guitarra ao assistir ao primeiro Rock In Rio e
ver Angus Young fazer aquela performance no show do ACDC. Fiquei entusiasmado
com seus solos e na hora decidi que queria aprender a tocar guitarra. Ganhei
uma guitarra Jennifer de meu pai e comecei a estudar, ficava 5, 6 horas por dia
em cima daquele instrumento. Passei a admirar mais ainda os guitarristas
virtuosos, pois ali notei o quão não era fácil tocar como um Malmsteen, Vai,
Gilbert, Satriani... já tinha 18 para 19 anos quando iniciei. Posso dizer que o
maior desafio foi largar algumas coisas que eu fazia a fim de estudar guitarra:
era competidor de skate, mas preferi largar, assim poderia estudar. A maior dificuldade foram as minhas duas
primeiras guitarras, eram do tipo "paus com corda", sabe, mas a vontade
de aprender venceu, creio.
2-)Em seus trabalhos autorais vemos claramente a referência
de outros estilos musicais, Qual a importância para o guitarrista ter influências
de outros elementos em sua música e não se prender apenas aos conteúdos de
gêneros musicais mais comuns, como Rock e Heavy Metal?
Julio Vallim: Acho
fundamental para um músico ter certo conhecimento sobre todos os estilos
musicais. Claro que sempre há um estilo preferido, assim elaboramos nossas
características como instrumentista, mas não é porque você toca metal que deve
apenas ouvir este gênero, às vezes sou criticado por amigos que gostam de
heavy, pois elogio as características de um guitarrista de fora do circuito
metal, mas acho importante ouvirmos de tudo: eu ouço blues, rock, heavy,
instrumental (qualquer estilo), erudito, soul, mpb, chorinho, etc. Gosto muito
de compositores eruditos, na minha opinião, Bach, Beethoven, Mozart e outros da
época eram sublimes, não há nada perto disto hoje, apesar de termos músicos
excepcionais atualmente, estes que citei estão fora de qualquer quesito de
comparação. Gosto muito de Villa-Lobos, também, músico brasileiro e considerado
o melhor compositor contemporâneo por muitas revistas de música europeias. Um
instrumentista que se abre aos outros gêneros musicais tende a criar uma forma
mais criativa de compor, penso deste modo, fugindo assim dos clichês musicais
existentes em cada estilo.
3-) Sobre equipamento, Como está seu set atual? (Guitarras,
amps e pedais)
Julio Vallim: Utilizo
uma guitarra Ibanez Paul Gilbert (Japonesa), braço todo escalopado, acho ela
excelente para solos ‘shred’, a captação Dimarzio - Evolution que vem nela é
ótima para tornar os bordões pesados na "correria", uma Ibanez Jem
(Evo), curto muito as alavancadas que esta guita proporciona, sem perder a
afinação, uma Ibanez Prestige, guitarra leve, apresenta um design moderno e
possui um timbre brilhoso, uma Dean
Vendetta Resurrection, a qual considero uma guitarra de excelente tocabilidade,
braço com escala em Rosewood com uma largura ideal, captadores USA DMT, acho
muito bons para sons pesados, e apresenta um sustain sem ressalvas. Uso ainda
uma Aria Pro II, apesar de ser um instrumento muito pesado, considero boa sua
floyd original, pode ser bem usada e mesmo assim nada perde em afinação.
Atualmente estou divulgando as guitarras de Ton Dias, um escultor e luthier de
Minas Gerais, seu trabalho é impressionante e considero uma de suas
guitarras - Dragões Dourados - toda
esculpida em tauari branco e jacarandá do Pará, perfeita. Ele utiliza trastes
em aço inox, assim como todas as ferragens de ponte, é uma guitarra de absurda
qualidade, uso direto.
4-) O que anda ouvindo e estudando? Quais suas influencias
atuais?
Julio Vallim: Ouço
Steve Vai, Satriani, Malmsteen, Petrucci, Gilbert, Bach, Mozart, Beethoven,
Korsakov, Strauss, todos os compositores clássicos são diários, Maiden,
Stratovarius, Heloween, Angra, Dream Theater, Steve Ray Vaughan, Ozzy, tudo de
Zack Wylde e Randy Rhoads. Gosto muito de ouvir a banda brasileira Suprema, confesso
que conheci faz pouco, mas o som deles é demais, linhas melódicas perfeitas,
arranjos modernos. Gosto de ouvir o trabalho solo de Kiko Loureiro, Ardanuy,
Frank Solari e admiro muito o guitar Marcos de Ros. Tenho como influência os
compositores eruditos, estudo muito temas clássicos, pois acho os fraseados de
extremo bom gosto, gosto de pensar como os compositores encaminhavam as
melodias. Tento separar meu estudo em: escalas, frases, técnicas, dividindo o
tempo para cada parte.
5-)Em sua opinião, quais os fatores indispensáveis para se
tornar um músico/guitarrista de qualidade?
Julio Vallim: Ah, o
estudo é essencial, o que estudar depende de cada um. Creio que o guitarrista
deve captar qual é sua preferência de estilo em relação ao que quer ou vai tocar.
Há qualidade em todos os estilos, noto em alguns fóruns de guitarristas muitos
debates do tipo: fulano é melhor que cicrano, o guitarrista A toca bem melhor
que o instrumentista B. Ora, respeito qualquer pensamento, mas penso ser
tamanha besteira dizer que um guitarrista é melhor do que outro, cada um tem
seu estilo, não há como comparar, por exemplo, Steve Vai a Hendrix... já que
eles possuem antagônicas características de pensamento em relação à construção
da técnica em seus temas. Considero que um músico deve respeitar outro, sempre!
Leio muitos deboches da figura de Chimbinha, poxa, quem diz que ele não toca
nada não o faz com razão, procure saber sua história, observar o que ele traz à
música brasileira, ele não precisa arpejar o tempo todo e ser um shred, ele
construiu sua carreira com outra forma de pensar, David Gilmour é um excelente
guitarrista e nunca foi veloz, eu gosto de solos técnicos e rápidos, mas
preciso discernir que não é somente isso que conta ou que faz um guitarrista
ser bom. Uma das melhores músicas instrumentais de guitarra, ao meu ver, é “For
The Love of God”, do Vai, é uma balada, mas ele soube como colocar cada nota de
uma maneira abismal, ficou demais o som. “Ave Maria”, de Gounod, é lenta, mas é
absurda em relação ao feeling. Amo a técnica na guitarra, mas não conceituo
como um bom instrumentista apenas aquele que domina a velocidade, Dave Murray é
um guitarrista com um feeling impressionante, e nunca ouvi um solo realmente
rápido no Maiden. Enfim, devemos sempre aprimorar a técnica, particularmente
gosto de guitars Shreds, apenas não creio que somente a velocidade conte.
6-) Possui acordo com empresas do ramo musical que
viabilizam seus projetos?
Julio Vallim: Atualmente
tenho a Furia Music, que está dirigindo os caminhos de meu trabalho, o Douglas
é um cara que me orienta e ensina muitas coisas que antes eu desconhecia, meu
trabalho está voltado para o lado profissional em todos os âmbitos, graças a
ele. Creio que muitas coisas boas irão surgir desta parceria.
7-) Algum lançamento ou nova parceria que gostaria de
ressaltar?
Julio Vallim: Sou
endorser da Pro-Lok Brasil (Goiás), empresa de importação e fabricante de
Knobs, chaves e ferragens para instrumentos.
Tenho apoio da empresa Viciados em Brigadeiros (São Paulo), do estúdio
Artéria (Rio Grande do Sul) e da escola Guitar House (RS). Estou fechando
endorsement com Ton Dias (Minas Gerais), luthier e escultor que fabrica
guitarras personalizadas. Em Janeiro de 2015 lançarei um CD-PROMO com 22
músicas, entre próprias e versões de eruditos com uma pegada mais rock, onde
elaborei todos os arranjos e trilhas. Em Abril de 2015 lançarei um Single com a
participação de outros músicos.
8-)O que pensa da relação tão próxima que hoje vivemos entre
a internet e o meio profissional da música? Para você como deve ser o melhor
posicionamento do músico profissional em relação a essas ferramentas de
trabalho?
Julio Vallim: Hoje em
dia um músico não pode fugir da Internet, ela é um meio pelo qual podemos
mostrar nosso trabalho a fim de obter o alcance de o maior número possível de
pessoas. Creio ser imprescindível para um músico profissional a elaboração de
um site e acesso empresarial e ou de imprensa, pois desta forma o trabalho é
dirigido de uma maneira mais elaborada. Todo o trabalho de um músico deve
demonstrar profissionalismo, desde suas fotos, divulgações, vídeos, gravações e
tudo mais. O público atual exige isto, a cada dia mais as pessoas querem
profissionalismo em qualquer área, na música não é diferente.
9-) Agradecemos sua presença no Guitar Tech, e para
finalizar gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e seguidores do
blog! Muito Obrigado!
Julio Vallim: Agradeço
muito ao Guitar Tech por esta oportunidade. Gostaria de deixar um grande abraço
a todos aqueles que acompanham o meu trabalho e de alguma forma ajudam, vocês
são os responsáveis por tudo o que vem acontecendo de bom. Muitas novidades
surgirão, aguardem! Fica o convite para
que acessem meu site: www.juliovallim.net
Abraço a todos!
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