22 de novembro de 2015

Entrevista :: Tiago de Moura

Fala Moçada!!!

Seguimos com mais uma entrevista!!! Tiago de Moura marca presença aqui no Guitar Tech contando sobre vários momentos de sua carreira e outras dicas muito importantes!!! Confiram abaixo!!!





1-) Conte um pouco sobre seu início na guitarra. Quais foram os primeiros desafios e dificuldades?

Na verdade desde cedo eu tive interesse por música, quando completei 7 anos ganhei um violão do meu pai, que também é músico, mas não levei muito à sério, aprendi alguns acordes e só, mais velho aos 16 anos comecei a me interessar mais, principalmente pela influência do Rock in Rio 1991. A dificuldade maior foi convencer a família que eu teria futuro na música, já que tinham o exemplo em casa e sabiam que não seria fácil, então acabei tendo que ir provando sempre que seria possível viver de música.  


2-)  Quais suas principais influencias na época?

As bandas que me chamaram a atenção no início foram justamente as do Rock in Rio como, Guns, Faith no More, Megadeth e Judas Priest, depois acabei pesquisando e encontrei o Sepultura, Slayer, Kreator, Death, Obituary, Pantera dentre outras bandas de metal.  




3-) Como eram as primeiras bandas e projetos? E como foi essas experiencias?

 Minha primeira banda foi na direção do que eu ouvia, era som autoral, trash, e eu era o vocal também. Tocamos poucas vezes, mas ensaiávamos muito e tivemos apoio de zines na época, o ano era 1992.

  
4-) Em qual momento da sua vida percebeu que a música seria seu meio de sobrevivência? Quais as medidas seguidas para construir uma boa carreira no meio musical?

Sempre sonhei em viver de música, mas até o ano de 2000 sempre tive empregos "normais" como sustento, primeiro por necessidade e também porque casei cedo e tinha uma família pra sustentar. Em 2000 surgiu uma vaga numa banda de baile que pagava salário fixo e acabei topando, foi aí o start pra abraçar a música de uma vez, no ano seguinte entrei na faculdade de música e em 2002 comecei a dar aulas particulares de guitarra em casa e à domicílio e como surgiram vários alunos acabei saindo da banda, nesse mesmo ano comecei a tocar no Bourbon Shopping, o evento chamava-se "Música na Praça" e tocávamos aos sábados e domingos, esse contrato foi de suma importância para mim seguir na música pois complementou a renda, fiquei por 10 anos até que resolvi vir pra São Paulo pra tentar um crescimento e também para estudar com os mestres que moram aqui. 




5-) Qual seu melhor momento atuando como músico profissional? E o mais desafiante?

O melhor sem dúvida foi gravar com a banda Armored Dawn na Dinamarca em 2014 com o mestre Tommy Hansen (Helloween,etc) banda essa que eu sou guitarrista desde 2012, o mais desafiante foi tocar no MotorHead Cruise ao lado dos maiores nomes do metal mundial como, Slayer, Motorhead, Exodus, Anthrax, dentre outros.


6-) Na sua opinião, O que é indispensável para se tornar um bom músico?

Escutar muita música, ler e estudar bastante, preferencialmente sem preconceitos musicais.


7-) Atualmente quais os músicos que te influenciam?

Gosto muito do Edu Ardanuy e do Frank Solari, são meus mestres! Mas também admiro os guitarristas de música brasileira e jazz como o Michel Leme, Djalma Lima, Arismar do Espírito Santo e o Jarbas Barbosa.


8-) Algum novo projeto, nova parceria, ou lançamento que gostaria de mencionar?

Recentemente fechei com as fonte Power Play mas gostaria de agradecer o apoio de verdade da Music Maker, Basso Straps e Graphtech. 




9-) Seu cd instrumental intitulado Memories, é de fato um ótimo trabalho, e acredito que com ele você alcançou algo muito difícil hoje em dia, que é ter um material ainda mais do gênero instrumental que as pessoas gostam de ouvir do início ao fim, os temas, riffs, e a timbres são muito bons. Conte um pouco sobre todo o processo de elaboração desse trabalho, o que priorizou para conseguir alcançar tais ótimos resultados?

Legal, obrigado! Bom, o trabalho com música instrumental surgiu por influência de alguns amigos que me mostraram na época 1993/94 músicas do Steve Vai, Joe Satiani, Malmsteen e Vini Moore, no início não curti muito pois gostava mais de metal, mas como tinha muita guitarra e no caso do Malmsteen tinha umas levadas de pedal duplo e vocais de Heavy Metal acabei convencido kkkk. Agora o que me levou querer gravar e compor música instrumental foi o Frank Solari, escutei o primeiro disco dele e pirei no som. Comecei gravando num gravador de fita 4 canais em 1997 mas o primeiro trabalho mas bem elaborado, gravado e mixado foi surgir só em 2007 com o cd  "Menino" o qual foi indicado ao Prêmio Açorianos da Prefeitura de Porto Alegre-RS no mesmo ano, daí pra frente lancei de 2 em 2 anos um cd, em 2009 foi o "Rain" que teve participação do Edu Ardanuy e foi Mixado pelo Átila Ardanuy, em 2011 já morando em São Paulo saiu o "260" mixado pelo Ricardo Nagata, in memorian, e finalmente em 2013 saiu o "Memories" que é o mais recente e foi finalizado pelo David Shyde nos EUA. Quanto ao processo de composição, sempre levo 1 ano aproximadamente pra ir escrevendo e registrando as idéias, normalmente faço uma pré pra ver como fica e o que precisa ser mudado, os timbres basicamente são drives de amps microfonados com um mic 57 e os demais efeitos como, delay, reverb, envelopes e etc, são adicionados na mixagem. Acredito que a experiência faz uma diferença, já que se você ouvir todos os trabalhos pode sentir uma certa evolução, amadurecimento, você consegue descobrir um pouco da fórmula. Agora, o difícil está em as pessoas conhecerem e ouvirem o trabalho, confesso que já estou desencorajado em prosseguir com a música instrumental pois o retorno financeiro e de trabalhos diretamente ligados a eles são muito pequenos, talvez o Memories seja o último.  




10-) Altamente em foco os acordos de endorsement, tem se feito muito presente na vida de muitos artistas independentes, há uma facilidade muito grande em gravar e divulgar um trabalho, dessa forma também surge um número maior de artistas e empresas do ramo musical, na sua opinião qual o melhor posicionamento que um artista deve adotar para selar parcerias satisfatórias para sua carreira?

Acredito que o melhor ainda seja começar mantendo um relacionamento com as empresas, um desconto em algo realmente bom é melhor que um monte de cacareco que não funciona bem por mais que seja de graça, uma coisa comum que vejo é o cara querer ser endorser de alguém por pura vaidade, como se a assinatura daquela empresa atestasse que ele é bom! Hoje, sinceramente vejo que isso é besteira, confesso que no início pensava igualzinho à todos, mas o tempo foi me ensinando como funciona o mercado e percebendo que o que vale mesmo é você ter trabalhos periódicos e bom relacionamento com as pessoas, ser honesto e prático, as demais coisas vem com o tempo. 
    
11-) As redes sociais também trabalham lado à lado com o cotidiano de qualquer profissional de diferentes ramos, na música não se faz diferente, muitos artistas usam as redes sociais para divulgar seus trabalhos, porém muita gente por falta de conhecimento acabam cometendo graves erros na divulgação de seus materiais. Em suas considerações, como que devemos usufruir dessas novas tecnologias em nosso trabalho?

A tecnologia está à favor de todos, agora realmente como alcançar as pessoas ainda não entendi o modus operanti, já que tem tanta porcaria com milhares de visualizações e materiais que julgo relevantes no anonimato, é uma equação ainda à ser respondida. 




12-) Agradecemos sua presença aqui no Guitar Tech, para terminar gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog! Muito Obrigado.

Gostaria de agradecer pela oportunidade, é uma satisfação contar um pouco da minha vivência. A mensagem que deixo é que todos podemos evoluir na vida em vários aspectos, inclusive os musicais, basta querer! Grande abraço!  



ROCK!!!!

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