20 de novembro de 2015

Entrevista :: Willian Castro

Fala Moçada do Guitar Tech!!!

Vamos nós com mais uma incrível entrevista!!!! Dessa vez com Willian Castro!


Guitarrista fixo da banda do programa "Hora do Faro" apresentado por Rodrigo Faro na rede Record, tendo a oportunidade de trabalhar e acompanhar os artistas que se apresentam no programa. Alguns dos nomes que já acompanhou por lá: Roberta Miranda, Luan Santana, Marcos e Belutti, Zezé di Camargo e Luciano, entre muitos outros nomes da música popular. O líder e cantor da banda do programa é o ex-dominó Afonso Nigro; 

Participa também do recente projeto de Rodrigo Faro na carreira de cantor. Gravando violões e guitarras nos seus vídeoclips para o Youtube.

Além disso é guitarrista e violonista do cantor e ator Fiuk, filho do lendário Fábio Jr, acompanhando-o nos shows pelo Brasil e apresentações na Rede Globo.

Faz parte também da banda que acompanha os artistas nos grandes eventos promovidos pela Nigro Entretenimento, agência de Afonso Nigro; Tendo acompanhado, em vários shows os cantores: Wanessa, Luíza Possi, Paula Lima, Léo Maia, Nasi, Frejat, Wilson Simoninha, Emanuelle Araújo, Fernanda Abreu, Luciana Mello, Thaíde, Toni Garrido, Paulo Miklos, Jair Oliveira, Paulo Ricardo, Kid Vinil, Bruno Gouveia entre outros.

Tem um projeto de fusion instrumental que está ganhando respeito e notoriedade nessa cena, chamado "All Tracks".  
O qual conta com vídeos de alta qualidade audiovisual em seu canal: (youtube.com/AllTracksOficial)
Também trabalha como arte educador dando aulas de guitarra na WG Musical School (IG&T) em Campinas. Atualmente é endorser da Music Maker - Custom Guitars e pedais e gabinetes WG Custom FX.



1-) Conte um pouco sobre seu início na guitarra! Quais foram os primeiros desafios e dificuldades?

Tiveram dois fatores distintos que me fizeram começar a ter interesse em aprender música, primeiro: Gostava de Rock! Desde muito novo, sempre ouvi bandas como Van Halen, Iron Maiden, Kiss, Guns N Roses, Whitesnake, Deep Purple, Toto, entre outras gringas e algumas bandas nacionais também como Dr. Sin e Angra. Segundo fator é que sempre ouvi meu avô tocando as modas de viola, e música sertaneja de raiz, assim como nas festas de família, esse estilo sempre esteve presente. Comecei aos 12 anos no violão, aprendendo com livrinhos de cifras e amigos que tocavam na igreja, mas logo percebi que para tocar as músicas difíceis que eu gostava, precisaria de um professor, então, poucos meses depois eu ingressei definitivamente nos estudos, começando as aulas em uma escola de música numa cidade vizinha. Um ano depois já comecei a montar minhas primeiras bandas com amigos, o que foi uma grande motivação e uma verdadeira escola pra mim.



2-) Em tal época quais foram suas primeiras influencias?

Gostava muito das bandas de rock famosas, e como o estilo é marcado pelos riffs e solos de guitarra muito característicos, acabei tendo esses caras das bandas como primeiras influências e primeiros ídolos. Logo depois descobri os guitarristas com carreira solo, Hendrix, Steve Ray Vaughan, Clapton, Malmsteen, Vai, Satriani, Eric Johnson, Steve Morse, Scott Henderson, Nelson Faria, o que começou a abrir a minha cabeça para o universo instrumental, não só no rock, mas também no Blues, Fusion e Jazz e posteriormente na música brasileira.
Penso que as influências são sempre as coisas que você costuma ouvir, de uma forma ou outra você sempre está captando as informações e isso pode vir a ter reflexo na sua sonoridade e maneira de tocar e até de pensar musicalmente, e pra mim isso está sempre mudando, então atualmente gosto e tento ouvir muita coisa, dos mais variados estilos e instrumentos, fazendo com que eu sempre tenha referências e influências diferentes com o passar dos anos.
Mas diria que atualmente, alguns nomes principais que citaria como influência seriam Mike Stern, Scott Henderson, Greg Howe, Alex Hutchings, George Benson, Wayne Krantz, Pat Metheny, Biréli Lagrène, entre muitos outros. Isso dentro do universo guitarrístico, mas tenho como referência grandes músicos de outros instrumentos também, como Nico Assumpção, Richard Bona, Victor Wooten, Michael Brecker, Dave Weckl, Chick Corea e Elektric Band entre outros.




3-) Na sua opinião o que considera indispensável para se tornar um bom músico?

Musicalmente falando, acredito que primeiramente seja a percepção! De uma maneira geral, essa é a chave de tudo, desde perceber quais são os fatores que constroem um bom timbre, execução e interpretação, o que envolve muita coisa, até a percepção e entendimento de como se planejar nos estudos e carreira para atingir seus objetivos. Acredito que ser um bom músico vai muito além de dominar todas as escalas e técnicas, mas sim realmente ter a percepção do âmbito total, qual é sua verdadeira função em cada situação que estiver atuando. Percepção que digo é enxergar o que faz realmente a diferença, de uma forma completa, enxergar e entender as coisas. Costumo citar a seguinte metáfora: qual a diferença de alguém que desenha uma pessoa com "pauzinhos" e "risquinhos" para um artista que faz traços realistas, com milhões de sombras, cores e texturas? O segundo percebe coisas que não conseguimos enxergar.




4-) Além de seus trabalhos artísticos você é muito atuante na área didática, na sua opinião qual a importância do professor e das escolas de música na formação de um músico?

Sim, graças a Deus atuo muito nessa área também, sou professor do IG&T Campinas e WG Musical School, além de aulas particulares. Acho que com tanta informação que temos na internet principalmente, a função do professor hoje em dia é também filtrar e direcionar tudo isso. Dar as devidas referências para o aluno poder compreender de uma maneira mais sólida os fundamentos do estudo da música, desde os iniciantes até os avançados, direcionando também na carreira, onde vejo que muitos músicos não compreendem a importância de fazer também sua gestão artística de forma efetiva. 




5-) Alguma nova parceria, lançamento, ou novo projeto que gostaria de mencionar?

Sim, tenho minha banda de fusion instrumental "All Tracks", onde estamos preparando novos videos e materiais para internet. Além disso estou preparando uma série de videos meus, com musicas autorais, e participações de grandes e importantes músicos da cena instrumental, isso pro fim desse ano e inicio de 2016.
Além de shows com importantes artistas no cenário popular que acompanho, muita coisa legal vem por aí!



6-) Sobre equipamento (guitarras, amps e pedais) O que costuma usar? Varia muito de uma situação de palco para uma situação de estúdio?

Uso guitarras Music Maker, estou com algumas da marca atualmente, todas são muito versáteis onde consigo atender os mais variados estilos que trabalho. Uso amps da WG Custom Fx, onde sempre tento ter um som versátil tbm, com ótimos cleans, e som valvulado quente! Meu set de pedais para estrada e TV, atualmente está com um BB Preamp Plus da Xotic, um Tone Drive da WG, Eventide TimeFactor e ModFactor, Dunlop Cry Baby 535q, e um Ep Booster da Xotic tbm. Geralmente utilizo o mesmo set em estúdio, variando os amplificadores e microfones dependendo da sonoridade que quero chegar.




7-) Ainda sobre equipamentos, quais suas preferencias, amps valvulados ou transistorizados? Captação ativa ou passiva? Efeitos digitais ou analógicos?

Sempre preferi amps totalmente valvulados, acho a resposta bem diferente e me agrada muito mais a sonoridade. Mas existem bons transistors que encontro na estrada que rolam muito bem também. Captação sempre usei passiva, acho a ativa muito sintética pro som que faço. Sobre efeitos, muito se fala antes de realmente conhecer, sempre procuro testar e chegar no som que tenho na cabeça, se consigo atingir isso, eu uso o pedal, independente se for digital ou analógico. Prefiro drives analógicos, orgânicos, mas já cheguei em bons resultados com digitais também. Basicamente meu set é uma mescla dos dois mundos, já que as vezes preciso de mais opções de efeitos e presets, se tratando de delays e modulações, por isso aderi aos stompbox da Eventide.



8-) Aproveitando o assunto sobre efeitos digitais, equipamentos desse gênero vem ganhando cada vez mais adeptos e destaque no mercado musical, muitos se fazem tão bons quanto os analógicos, coisa que antigamente era impensável, Qual sua opinião sobre sobre? Consegue traçar um panorama de como esses avanços tecnológicos funcionarão daqui algumas décadas?

Realmente até não muitos anos atrás, os efeitos digitais deixavam muito a desejar quando comparados com os analógicos, porém sempre tiveram a questão da praticidade, presets, trocas rápidas e tudo mais. Acho muito legal que cada vez mais consigam atingir essa excelência nos digitais também, uma vez que se soubermos usar a nosso favor, temos muito a ganhar com isso. Difícil traçar um panorama fiel, pois as coisas estão mudando cada vez mais rápido, mas vejo uma forte tendência no crescimento dos simuladores, como Kemper e Axe Fx, e também de softwares, principalmente para smartphones, vi a pouco tempo atrás um músico de rua em Londres, tirando uma verdadeira sonzeira com uma guitarra plugada em um Iphone e uma caixinha bluetooth, um timbre realmente quente e cheio de resolução, tudo isso sem cabos, e num banco, na rua, e de quebra ainda estava filmando e transmitindo ao vivo, do mesmo smartphone! rs.. É a era da tecnologia, e está avançando rapidamente! Estão surgindo muitas ferramentas legais que pode ser muito útil para composição e estudo na estrada por exemplo. Mesma coisa acontece com plugins de áudio em estúdios, cada ano que passa estão chegando ainda mais numa fidelidade incrível próxima do som de prés e eq's de "lata".




9-) Vemos que é cada vez mais comum a presença da internet nos meios sociais e profissionais, muitos músicos usam as redes sociais e outras ferramentas do gênero para divulgar seus trabalhos, porém vemos muita gente cometendo graves erros ao usar tais ferramentas, na sua opinião qual o melhor posicionamento que um músico profissional pode ter para usar com êxito essas novas formas de trabalho e divulgação?

Sim, a internet é hoje o meio mais abrangente para se divulgar e mostrar seu trabalho. É algo que também temos que saber aproveitar, filtrar, perceber! Todo músico tem que ter presença na rede, é lá que na maioria das vezes as pessoas vão ver, conhecer seu som, e muitas vezes decidir se te contratam para determinado trabalho ou não. Já aconteceu inúmeras vezes comigo, para trabalhos importantíssimos inclusive, onde por vídeos, me viram e entraram em contato. Mas para isso, tem que se ter um planejamento, ter coisas com qualidade não só musical, mas de produção também. Não dá pra se ter só vídeos caseiros, filmados sem nenhum cuidado com o áudio e imagem, por mais que a execução, musicalidade sejam boas, você precisa se preocupar em como entregar isso ao público final.






10-) Recentemente a relação de endorsement tem conquistado cada vez mais espaço no mercado musical, há muitos músicos surgindo e cada vez mais empresas novas, resultando em uma concorrência perdida e sem sentido entre músicos e empresas, Na sua opinião como deve ser tratada essa relação de apoios e patrocínios entre empresas e artistas?

É uma questão muitas vezes delicada, muitos músicos estão "usando" e se dizendo endorser de marcas simplesmente pelo fato de achar que é um status a mais para ele dizer isso. Vejo muitos casos onde a marca cede uma pequena porcentagem ao músico, o que na verdade ele acaba sendo cliente, e não apoiado ou patrocinado. É comum que o músico queira vincular alguma marca ao seu nome, isso pode dar credibilidade, mas está cada vez mais fria essa relação, a marca não apoia, o músico não ganha nada com isso e ainda divulga. Acho que em primeiro lugar, precisamos conhecer o produto realmente, confiar, acreditar naquilo, se perguntar se usaria determinado produto mesmo sem ter o apoio, e aí depois realmente ter um acordo onde ambas as partes sejam beneficiadas, pois é uma troca, onde em tese o músico estaria "endossando" (aprovando o uso) de determinado produto, para gerar credibilidade e aumentar as vendas do mesmo.






11-) Qual o principal fator que te levou a tocar guitarra? Quando na sua vida você percebeu que esse poderia ser seu meio de sobrevivência, e quais as medidas que foram adotadas para construir uma carreira sólida?

A gente não escolhe ser músico, é a música que nos escolhe primeiro. Comigo não foi diferente, eu comecei a tocar sem pretensão alguma, simplesmente fui tomando gosto e me dedicando cada vez mais. Com poucos anos de estudo (e de idade também) eu comecei a dar umas aulas para amigos e pessoas do bairro. Quando percebi já estava com um bom número de alunos e com um material próprio. Nessa mesma época eu já estava fazendo alguns shows com bandas de pop rock e de baile, onde conseguia ter uma pequena renda. A coisa foi só crescendo e naturalmente eu passava muito tempo dando aulas, tocando e me dedicando aos estudos, onde não teria tempo para trabalhar com outra coisa. Eu consegui com muito esforço ter um salário que me bancava logo cedo, trabalhando em várias escolas de música da região e com aulas particulares, além dos shows, e meus pais que sempre me apoiaram como podiam também, devo muito à eles! Não podiam ajudar muito financeiramente, mas jamais faltou apoio e incentivo.
Consegui ótimos trabalhos depois que juntamente com a banda instrumental "All Tracks", lançamos alguns videos com boa qualidade de audiovisual, tendo uma ótima aceitação do público e automaticamente tendo um material de alto nível. Os primeiros artistas e minha entrada na Rede Record, no programa do Rodrigo Faro, foi devido à esses vídeos. Tive um momento bem emocionante e bacana há alguns anos também, onde o Eric Johnson postou em seu Facebook oficial, um cover que fiz (há um bom tempo) de sua música Manhattan. Muita gente me procurou depois disso também. Mais uma vez, isso prova que tocar bem não basta, você precisa ter material de qualidade na internet.






12-) Agradecemos sua presença aqui no Guitar Tech e para terminar gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog. Muito Obrigado!

Eu quem agradeço a oportunidade de contar um pouco sobre minha trajetória e trabalho aqui, foi um grande prazer!
Bom, gostaria de terminar dizendo que a dedicação, disciplina, amor e acreditar no seu potencial são as peças fundamentais para se alcançar o sucesso. Digo sucesso no mais profundo sentido da palavra, não tem nada a ver com fama ou glamour, mas sim com realmente se sentir bem sucedido naquilo que faz, sendo dando aulas, tocando com artista, fazendo trabalho autoral e workshops, músico de estúdio,  virando um músico consagrado internacionalmente ou até mesmo o simples fato de viver de música (esse era meu primeiro sonho e objetivo). Não importa! Independente de qual for sua meta, lute, planeje, quebre barreiras e acredite que é possível, sem ilusão. Nunca será fácil, viver de música em nosso país é realmente matar um leão por dia, mas acordo todos os dias agradecendo pelo simples fato de fazer e poder trabalhar com o que eu amo, ter uma guitarra nas mãos já me faz completamente feliz e satisfeito!
Digo que é possível, pois eu sai de uma cidade absolutamente minuscula e simples, no interior de SP, onde para conseguir ter aulas e condições de trabalho precisava sair, buscar e ir atrás. Nunca imaginei que fosse tocar com artistas consagrados, artistas internacionais, e trabalhar na TV! Mas com dedicação alcancei (e ainda luto muito), e digo que sim é possível, desde que você corra atrás, crie as oportunidades, faça com amor, com profissionalismo, com verdade, seja tocando num boteco na esquina, ou num mega palco para milhares de pessoas, não importa, a música sai de você, da sua alma, de seu suor, onde quer que esteja, e isso é mágico! 



ROCK!!!

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