Fala Pessoal das seis, sete, ou até mesmo oito cordas!!! hehehe Tudo Bem com todos vocês???
Hoje teremos mais uma grande entrevista aqui no Guitar Tech, o guitarrista Luiz Arantes, natural de Brasília- DF, se mudou para Portugal por volta dos vinte anos de idade, e lá construiu uma carreira de sucesso!
Na entrevista Luiz conta detalhes sobre seu início, o por que da mudança de país, equipamentos, endossers, projetos atuais e futuros, explica um pouco sobre uma de suas técnicas bem peculiar na guitarra, o Slide Tapping e também conta detalhes de sua ótima vídeo aula intitulada "Melodia, Textura & Groove"
Vale ressaltar que no mês de Abril o Luiz estará no Brasil para uma série de workshops, inclusive para a galera de Americana- SP e região ele estará fazendo um workshop na Só Música dia 09/04, quem tiver a oportunidade de conferir, estará desfrutando de um momento único em termos de guitarra... o cara toca demais!!!! é uma ótima oportunidade!!!
Abaixo segue o calendário da workshops tour de Abril/2014
08/04: Ribeirão Preto - SP (Livraria Cultura)
09/04: Americana - SP (Escola Só Música)
10/04: Campinas - SP (Livraria Cultura)
11/04: Cachoeira Paulista - SP (Instituto ITMS)
12/04: Guarulhos - SP (Escola Projeto Sonoro)
13/04: Curitiba - PR (Livraria Cultura)
14/04: Curitiba - PR (Escola Academia do Rock)
15/04: Florianópolis - SC (Instituto GTR)
17/04: Brasília - DF (Instituto GTR)
23/04: Brasília - DF (Livraria Cultura)
1-)
Conte um pouco sobre seu início na guitarra, quais os principais desafios e
dificuldades da época?
Eu comecei em 1984. A minha guitarra era uma Tonante – Rei
dos Violões, nem sei se essa marca ainda existe! Era muito fraca, mas deu para
começar e desenvolver o amor pelo instrumento.
Hoje em dia lamento ter vendido a minha primeira guitarra, mas foi por
um bom motivo: comprar a minha primeira Floyd Rose! Na época, sem internet, as
revistas importadas eram como ouro para nós. Guitar Player era a minha
favorita. E quando eu queria tocar alguma coisa, tinha que tirar de ouvido, o
que foi muito útil para desenvolver o meu vocabulário musical. Sinto-me um
felizardo por ter vivido a minha adolescência nos anos 80, com o boom do Rock
brasileiro, primeira edição do Rock in Rio e toda aquela magia dos tempos sem
internet e celulares. Nessa é poca, eu não tinha amplificador de guitarra.
Ligava a minha Tonante na aparelhagem de som da sala, na entrada para
microfone, punha uma fita K7 em pause/rec e ajustava o volume de gravação para
o máximo! Resultado: Distorção! Era uma alegria!
2-)
Nascido no Brasil, mas com sucesso e reconhecimento em Portugal, conte para nós
como foi essa mudança de ambiente, foi antes do início de sua carreira?
Eu me envolvi muito com a guitarra desde o início. Em 1988,
com 16 anos, eu já dava aulas e tocava profissionalmente nos bares de Brasília.
5 anos mais tarde, em 1993, eu me mudei para Lisboa. Eu já tinha alguma
experiência e me sentia preparado para integrar em qualquer projeto, quando o
meu irmão mais velho, morando em Lisboa, me convidou para ir morar com ele. Eu
com 20 anos fiz as malas e fui tentar a sorte num país da Europa! O plano
inicial era ficar só por um ano. Mas eu gostei muito de Portugal e decidi que
enquanto a minha carreira fosse melhorando, eu iria ficar e ver o que
acontecia. Ano após ano, eu estava integrando bandas cada vez mais conceituadas
e vivendo da música, o que é muito importante. Em 1996, o meu irmão deixou
Portugal e eu fiquei por minha conta. No ano seguinte casei com uma portuguesa
e fiquei definitivamente. Sou feliz aqui!
3-) Em
seu DVD, Melodia, Textura & Groove, facilmente percebemos que ao longo do
da vídeo aula, você toca bastante, toca seus temas, quebrando um pouco a
característica pragmática da maioria das vídeo aulas. Qual foi sua intenção e
como foi o planejamento para essa vídeo aula?
Eu nunca quis fazer um DVD que fosse “anônimo”, apenas
focado em teorias. Eu sempre fui fã das aulas de assinatura, de guitarristas
conhecidos, que falavam sobre a “sua” visão da música. E foi exatamente o que
eu fiz. Melodia, Textura & Groove é um trabalho muito personalizado, onde
eu exploro as origens das idéias sobre improvisação que se formam na minha
cabeça enquanto eu toco. Então decidi que se eu penso assim, então muitos
outros guitarristas também devem sentir isso da mesma maneira. Organizei as
idéias e fiz o programa para o DVD. No entanto, uma ou duas horas de vídeo é
muito pouco para desenvolver os conceitos em pleno. Espero ir fazendo isso
através dos Workshops e futuros trabalhos em vídeo.
4-)
Atualmente, O que anda ouvindo e estudando?
Em termos de técnica, eu tenho uma fixação por arpejos!! E
acho incrível como é possível estar sempre reinventando maneiras de fazê-los.
Nunca me canso de estudar. E quanto mais estudo arpejos, menos necessidade de
escalas eu tenho. No início eu achava as escalas importantes e os arpejos
apenas um complemento. Agora dou por mim fazendo o contrário. E em termos de
ouvir, ouço muita coisa antiga. Sou fiel aos meus mestres! Paul Gilbert, Steve Vai, Kiss, Van Halen, Brian
May e Pete Lesperance. Agora
incluo nessa lista o fabuloso Guthrie Govan. E há meses que não sai do meu
carro o CD novo do Almah, o Unfold. Excelente trabalho dos guitarristas Marcelo
Barbosa e Gustavo Di Pádua!
Workshops Tour - Abril/2014
5-) Em
termos de equipamento, costuma variar muito de uma situação ao vivo, para uma
situação de estúdio?
Não muito. Eu gosto de gravar com amps valvulados, que é o
que uso ao vivo também. Em estúdio raramente uso os pedais, delays
principalmente, uso processamento do estúdio, mas a base do som, guitarras e
amps mantêm-se. O meu problema nem é esse! Hoje em dia, eu costumo estudar e
praticar em casa com line 6, pela praticidade, mas como não gosto de usar modeling
nem ao vivo e nem para gravar, as vezes estranho a resposta da guitarra e
arrependo-me constantemente por não montar mais vezes o rig completo em casa!
6-) Nos
dias de hoje, temos a internet cada vez mais inserida nos contextos sócias, na
música não é diferente, hoje em dia ela faz parte da vida de estudantes e
profissionais do ramo, na sua opinião quais os fatores positivos e negativos
dessa realidade, e qual a melhor maneira do profissional da música pode se
posicionar para usar essas ferramentas à favor de seu trabalho?
É verdade que a internet mudou o mundo completamente. Tem as
suas óbvias vantagens, mas na minha opinião, mudou para pior. Hoje em dia todo
mundo é artista, todo mundo é fotógrafo, todo mundo é o que quiser ser. É muito
fácil gravar qualquer coisa em casa e pôr na internet, todos fazem isso, é a
realidade. Mas acho que essa “democratização” da arte foi nociva. Muita gente
boa, que merecia melhor atenção não a consegue porque estamos completamente
saturados, inundados por milhões de pessoas absolutamente normais, que acabam
ocupando um espaço de destaque, que antes havia para quem merecia, para quem fazia arte de verdade.
Mas acho bom haver sites de aulas, dicas de som, fóruns,
blogs como este, mercado de usados, vídeos no Youtube e uma série de coisas que
ajudam o guitarrista a melhorar.
No caso dos profissionais, é importante mostrar o trabalho o
mais possível. Eu uso o Facebook principalmente como ferramenta de divulgação
do que eu faço. Mas sinceramente, eu me preocupo mais com o que eu toco, em
treinar, compôr, etc… e não dedico tanto tempo como deveria na internet.
7-)
Alguma parceria ou projeto que gostaria de ressaltar?
Eu tenho o apoio da PRS, Mesa/Boogie e Orange através dos
revendedores em Portugal. E estou trabalhando num pedal em conjunto com um
construtor português, responsável pela Mace Pedals. Ainda está em segredo, mas
espero poder mostrá-lo em breve! Será um pedal de assinatura e edição limitada.
Teaser - Workshops Tour - Luiz Arantes - Abril/2014
8-) Uma
de suas características mais marcantes é o Slide Tapping, Explique para nós
como surgiu essa técnica?
Desde os tempos do Brasil que eu acho graça em simular o
efeito Delay, sem ter o pedal ligado, apenas tocando mesmo. Faço isso com
acordes, repetindo com a dinâmica cada vez mais baixa, por exemplo. Na verdade
é uma piada, que as vezes abre um sorriso nos meus colegas de banda. No disco
solo do Ace Frehley tem um tema em que ele faz um slide com um delay muito
forte. Eu não tinha delay, aliás eu só comecei a comprar pedais uns anos depois
de começar a tocar e o primeiro pedal foi um Super Over Drive da Boss. Então eu
conseguia simular o som do disco com esses Slide Tappings, foi uma coisa
natural para mim. Achei graça e lembrei de usar isso no tema” Fast Forward FF”,
que está no DVD e também na colectânea “Guitars From Nowhere” lançada em
Portugal em 2010. Tenho usado isso em temas mais recentes também. Acho super
fácil de fazer e tem um efeito visual lindo!
Vídeo explicativo da técnica de Slide Tapping
9-)
Agradecemos sua presença no Guitar Tech, e para terminar gostaríamos que
deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog.
Eu é que quero agradecer pelo convite! É sempre um prazer
falar sobre aquilo que eu mais gosto! Quanto a mensagem para as pessoas, acho
que quem toca guitarra deve cuidar manter o gosto pela música, a alegria que o
levou a pegar numa guitarra pela primeira vez sempre ativa. Chama acesa! Vejam
concertos, tirem músicas novas, visitem lojas de instrumentos, etc… E quando
for hora de treinar, que não seja forçado. Nunca por obrigação. Sempre por puro
gosto em tocar, façam objetivos a alcançar em termos técnicos, que sejam
alcançáveis a curto prazo. Não queiram tocar coisas demasiado fora do alcance.
Paciência e persistência são a chave!
Um abraço enorme e ROCK ON!!
ROCK!!!
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