Entrevista :: André Nieri

Fala amigos das seis, sete e oito cordas!! hehehe

Semana passada tivemos um bate papo muito legal com o guitarrista André Niéri, que nos contou um pouco sobre sua vivência na música e na guitarra, falou de suas experiências musicais, parcerias, planos futuros, e muito outros detalhes da cercam seus trabalhos na música!



Confiram abaixo a entrevista, aproveito o espaço para agradecer a colaboração e atenção do André... Um abraço à todos!!!

1-) Conte um pouco como foi seu início na guitarra? Fale um pouco sobre os primeiros desafios e principais influencias da época?

R: Desde mais ou menos uns 6 anos, eu já tinha certeza que queria ser guitarrista. Fui muito influenciado pela MTV da época, passavam clips de banda grunge e rock, como Nirvana, Pearl Jam, Faith No More, Metallica, etc. Achava aquilo o máximo e queria a guitarra pra minha vida. Mas os primeiros acordes só vieram aos 9 anos. Nessa época eu era fanático pelo Iron Maiden e ficava o dia inteiro tentando tirar 'de ouvido' as músicas. Era um desafio e tanto, mas aprendi muita coisa apenas forçando minha percepção e descobrindo as notas das músicas prediletas.

2-) Em qual momento que você percebeu que a música seria um meio de sobrevivência para você?

R: Bem, eu sempre tive a certeza absoluta que viveria de música, não importa o que acontecesse. Mas tornei-me profissional aos 14 anos, quando comecei a lecionar. Desde então, todo meu ganho financeiro vem da música.

3-) Atualmente, o que tem estudado? E o que costuma ouvir?

R: Tenho focado em improvisação, rítmica e composição. Na parte de improvisação, minha ênfase é na criação dentro da técnica de fingerstyle, da qual sou adepto há vários anos já e a tenho como minha principal técnica. Tento sempre melhorar meu timing e também encontrar ainda mais caminho na composição.

Hoje em dia ouço muito jazz contemporâneo, mpb e rock em geral, além de ouvir incessantemente as músicas que tocarei na turnê mundial com o baterista Virgil Donati nesse ano.

4-)Na sua opinião, o que você considera indispensável para ser um bom guitarrista?

R: Não somente um bom guitarrista, mas pra mim um bom músico tem que ser ótimo de ouvido e também deixar transparecer a música que ouve dentro dele.

Não ligo se o músico toca rápido ou lento, mas sim se essa é a sua verdade. Quem não transparece isso não é um artista de verdade.

5-) Em suas peças musicais é notável a presença de influencias nacionais, na sua opinião qual a importância do estudo da música brasileira? E como ela pode encaixar dentro de uma composição musical?

R: Acredito que pelo fato de sermos brasileiros, precisamos dar mais valor à nossa música. Ela é tão incrível, tão variada estilisticamente, com compositores e intérpretes do mais alto gabarito. E é um diferencial, que, obviamente, só nós temos e podemos utilizá-lo de forma vantajosa. 

Para você inserir algo de mpb em outro contexto, é necessário um pouco de conhecimento, é claro. Você deve estudá-la a fundo. Não somente nas minhas composições, mas também em solos/improvisos, sempre insiro rítmicas e melodias de mpb, o que remete a uma sonoridade muito característica e marcante.

6-) Em termos de equipamento, (guitarra, amp, e pedais) o que tem priorizado? Costuma variar muito de um show para uma gravação?

R: Utilizo meus amplificadores Bogner (Ecstasy 20thA e Shiva), guitarras Suhr e cabos Santo Angelo. 

Em gravações, utilizo a guitarra ligada direto no amplificador, sem pedais. Adiciono efeitos mais tarde, no próprio DAW. Adiciono pedais no signal chain, SOMENTE se houver a necessidade de algum efeito específico, como phaser, flanger, octavia etc.

Ao vivo, uso o mesmo setup, mas com alguns pedais acrescentados para um colorido a mais. Recentemente tenho utlizado MXR Micro Flanger, Malekko Ekko 616, Fulltone Octafuzz 2 e EHX Micro Pog.

7-) Atualmente temos a internet e os softwares de produção cada vez mais inserido no dia à dia do profissional da música, na sua opinião qual a melhor maneira de se posicionar em relação a esses recursos para obter bons resultados profissionais?

R: Você precisa estudar e ficar bom nos softwares que escolher. No meu caso, utilizo apenas o Logic Pro como meu software de edição de áudio. Estudei muito para conseguir chegar num resultado de gravação e mixagem satisfatórios. O estudo não é apenas teórico, obviamente: você precisa de muita prática para alcançar bons resultados. Quando ouço meus trabalhos antigos, dá-me uma sensação de desespero hehe, pois sei que evoluí muito nesses anos. Mas ainda preciso de mais para chegar onde quero.

8-) Possui algum endorsement ou parcerias com empresas que viabilizam seus projetos? Se sim, comente sobre eles.

R: Sou artista das empresas Suhr Guitars USA, Bogner Amps USA e Cabos Santo Angelo BR/USA. 

Todas elas já me ajudaram muito e ainda ajudam. Quando faço turnês nos EUA, não preciso levar nada de casa, pois elas me suprem com guitarras, amps, pedais e cabos, fora toda a divulgação, apoio e parceria em realização de projetos. Sinto-me extremamente lisonjeado e honrado de trabalhar com empresas que têm moral e respeito no mercado. 

9-) Ainda falando sobre a questão dos endorsements, esse tema é até um pouco polemico no cenário musical, cada vez mais surgem novos talentos e novas marcas, e cada vez mais essa questão dos patrocínios é explorada, ao seu ver quais são os benefícios que um músico pode ter através desses acordos? Qual a melhor maneira de se relacionar com uma empresa fechando um bom acordo, satisfatório para ambas as partes?

R: O acordo deve ser bom para ambos os lados. Primeiramente, você tem que gostar de usar o equipamento: a verdade é que não há razão em filiar-se a uma empresa a qual você não gosta do que ela produz. O tiro, com certeza, sairá pela culatra. Quanto mais descontente você é com um produto, mais difícil é esconder isso do público. Mesmo em um acordo envolvendo dinheiro em troca de venda de produtos e/ou salário, o artista precisa estar contente com o produto, afinal, terá sua imagem atrelada a ele.

Ou seja, não é legal sair por aí aceitando ser endorsado APENAS pelo simples 'status' que isso pode te dar perante o público. Pode dar muito errado.

10-) Algum lançamento ou novas parcerias que gostaria de ressaltar?

R: Eu havia previsto lançar o primeiro álbum-solo esse ano, porém, recebi convite do mestre das baquetas Virgil Donati para fazer a tour mundial com sua banda nesse ano. Já tocamos juntos em Los Angeles em janeiro, agora em julho excursionaremos pelos EUA, outubro pela Europa e em novembro estaremos no México, tocando no Riviera Maya Jazz Festival, ao lado de Pat Metheny, Chick Corea, Kenny Garret, entre outros. . Por conta disso, meu álbum-solo precisou ser adiado. Já tenho a maior parte dos guias gravados, então é uma questão de tempo.

11-) Qual sua preferência, efeitos digitais ou analógicos? Amplificadores transistorizados ou valvulados? 

R: Amplificadores valvulados, com toda certeza. Já toquei muito em transistorizados no passado e não tem vontade de voltar a eles. 

Quanto a efeitos, embora eu prefira os analógicos, não tenho preconceitos. Usei um BOSS DD-3 durante muito tempo e adorava ele.

Hoje em dia vejo esses multi-efeitos digitais tops no mercado, de marcas como Strymon, Eventide, Line6, e eles soam incríveis. Tenho vontade de experimentar

e quem sabe voltar a utilizar pedais digitais no meu board.

12-) Agradecemos sua presença aqui no Guitar Tech, lhe desejamos muita sorte e sucesso na sua carreria e aproveitamos o momento para pedir que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog.

R: Eu que agradeço o convite e o carinho de vocês. Desejo ainda mais sucesso para o blog!

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Terei prazer em conhecer e bater papo com vocês.

Abraço!



ROCK!!!