Entrevista nova!!!! E digo mais!!! Uma grande entrevista com meu amigo Vandré Nascimento!!! Vamos dizer que... essa é uma leitura obrigatória... com certeza uma das melhores (se não a melhor) entrevista que tivemos no blog!
Nessa entrevista o Vandré trás detalhes e curiosidades de seu início, dificuldades, superações e tudo mais, além de falar um pouco sobre seus projetos atuais, equipamentos, muita coisa boa sobre mercado musical, detalhes incríveis que farão a diferença para iniciantes, avançados e profissionais.
Ao amigo Vandré fica aqui os mais sinceros agradecimentos, pela dedicação ímpar ao blog, por ser um cara que faz a diferença na guitarra nacional e acrescenta muito no profissionalismo da mesma!
Minha intenção com o Guitar Tech sempre foi levar para os leitores um pouco da vida do guitarrista profissional, incentivando novos talentos! E claro que as palavras do Vandré são praticamente obrigatórias para qualquer um que deseja crescer nesse meio!!! Enfim... chega de blá blá blá.. fiquem aí com essa grande entrevista com esse cara sensacional!!!
1-) Conte um pouco sobre seu início na música e guitarra.
Quais foram os primeiros desafios e dificuldades na época?
Meu Pai sempre me
incentivou com a música, embora meu objetivo fosse jogar futebol! rsrsr
O meu primeiro violão,
ganhei no meu aniversário de 5 anos…..Não demorou muito e troquei numa bola de
futebol, pra desespero do meu velho!… Muitos anos se passaram, e nas eleições
para prefeito de São Paulo, onde a Luiza Erundina(Quem ganhara as eleições!!)
disputava com o Aloísio, ainda era permitido ter “showmícios”, meu Pai me levou
num desses, o show era do Eduardo Araújo e Silvinha, eu claro, me perguntava:
“O que é que eu estou fazendo aqui?”, pois era época da MTV, assistia Guns N'
Roses, e era aquilo que eu curtia!…
No entanto, num
momento do show, o Eduardo apresentava a banda… E na hora de apresentar o
Guitarrista, todos saíram do palco, e esse cara, arrepiou de uma forma, que na
hora pensei: “É isso que eu quero fazer da minha vida”…. O Guitarrista em
questão era, nada mais, nada menos, que o Faíska!.. Grande cara, que conheci
tempos mais tarde… Uma de minhas maiores influências!
Os primeiros
desafios, sem dúvida alguma foram as condições financeiras na época, eram
tempos muito difíceis, pois meu Pai acabara de perder o emprego, minha Mãe
ainda cuidava da casa e não tinha renda alguma, passamos por grandes apertos,
onde era preciso alguns vizinhos ajudarem com cestas básicas e coisas do
gênero. Imagine nessa situação, esse que vos fala, sonhar com uma carreira musical,
artística. Ter instrumentos bons, etc. Era tão surreal quanto tirar no “par ou
ímpar” quem almoçava, dentre eu e meus irmãos!
Mas tudo tem um
motivo pra ser, e graças a Deus e ao esforço de todos nós da família, ainda
estamos aqui para contar essa história! rsrsrs
2-) Qual o principal motivo que o fez escolher aprender a
tocar guitarra?
Era 1986...87….Época
em que chegou a MTV ao Brasil, e passavam “especiais” dessa e daquelas bandas
(Guns n' Roses, Metallica, Iron Maiden, Skid Row , Faith No More, dentre tantas
outras!), aquilo me fascinava, principalmente ver o Slash tocando, era Mágico,
tinha Atitude! O som era demais! Me Lembro de passar tardes “degustando” os
vinis dos amigos que também curtiam um som, e podiam comprar os discos. Assim nos
juntávamos na casa de um dos caras, e curtíamos aqueles discos, cada faixa,
cada foto nas capas….Era muito bom!
Mas ainda aí era
muito mais curtição do que qualquer outra coisa, foi ao ver o Faíska que me
decidi realmente a estudar guitarra. Ainda fiquei alguns anos “de molho” pois
não era um bom aluno na escola, e meu Pai sabiamente usou disso para que eu
fosse o melhor aluno da escola no colegial, para que eu ingressasse numa escola
de música…. O detalhe engraçado, é que tinha um maluco na escola que conseguiu
tirar um 10, eu quis fazer a recuperação de um 9,5 e meu professor não deixou
que eu fizesse! rsrsr Assim fiquei em
segundo lugar nos três anos de colégio! Por “apenas” meio ponto!!… srrsrs
3-) Em qual momento da sua vida percebeu que a música seria
seu meio de sobrevivência? E quais as medidas adotadas na época para construir
uma carreira sólida?
Passados esses “anos
incríveis” de colégio, finalmente pude entrar numa escola de música, o
escolhido foi o Conservatório Musical Souza Lima; Isso era 1995, Agosto de 95!
Muitas coisas
rolaram, participei de Festivais, Audições de fim de semestre, até o ponto de
ir representar o Souza Lima num Festival no Rio De Janeiro, o Iº School Guitar
Festival, onde diversos músicos Brasileiros participaram. Foi muito bom ter
participado desses festivais, embora não tivesse ganho nenhum deles, mas a
experiência foi muito marcante.
Não muito distante
desse, participei do Iº Open Music Festival Souza Lima/Berklee, onde pela
primeira vez, toquei uma música de minha autoria, e ganhei o Festival, foi
realmente muito bom saber que poderia ir cada dia mais longe! E tocando a minha
música!
Nessa época ainda
morava com meus Pais!… Foi então que resolvi sair de casa e seguir minha vida,
pois já tinha idade para trabalhar com qualquer outra coisa, mas estava ali me
dedicando à guitarra, loucamente!
Fui morar numa
república com outros músicos na mesma situação, querendo conquistar uma
carreira, sem muito apoio da família, e estávamos ali nos aventurando!
Não demorou muito e
consegui entrar para dar aulas no Souza Lima, por intermédio de meus ex
professores, o Joe Moghrabi e Kiko Moura(Sou grato a eles eternamente!), no
entanto tinha poucos alunos, estava começando a dar aulas de guitarra e claro,
precisava tocar, aparecer para conseguir um bom número de alunos que mantivesse
minha sobrevivência.
Nessa época, o Joe
Moghrabi, arranjou para que eu abrisse um workshop, do Kiko Loureiro(Até aí eu
não sabia quem era ele! rsrs), fui pesquisar e descobri que era o guitarrista
do Angra, que acabara de lançar o Angels Cry. O objetivo desse workshop era
conseguir mostrar um pouco de meu trabalho e conquistar alguns alunos. Abri
esse show, e no meio do show do Kiko, ele me chama pra uma canja, junto com
ele(Imagine aí, meu PRIMEIRO SHOW, sendo assim?? Tava nervoso será?? rsrs)…
Claro, a galera
adorou, o Kiko ainda fez uma propaganda de que eu dava aulas no Souza Lima, e
assim na semana seguinte minha vida havia mudado da água pro vinho, tinha
bastante aluno, e assim conquistei o meu maior sonho, o de viver de música!
O que foi realmente
essencial para que eu me tornasse um músico profissional, foi realmente a
perseverança, paciência e muita, mas muita dedicação, até por quê, comecei a
lecionar no Conservatório Souza Lima, uma dos maiores da América Latina, senão
a maior, em 1997! Apenas dois anos após ingressar na mesma, como aluno!
4-) Como andam seus projetos artísticos? Algum lançamento ou
novas parcerias que gostaria de ressaltar?
Hoje toco em três
bandas, Madgator, Maestra e Sete Rock Band, em um Trio Instrumental, e coordeno
o curso de guitarra da Vanna Rock-Centro de Aprendizagem Musical.
Entrei no Madgator em
2012, por um acidente de percurso..rrsrs
Minha esposa, fuçando
na internet, viu o anúncio deles precisando de guitarrista, eu claro, nem dei
bola, pois se tratava de uma banda grande, com um CD lançado, vários shows
nacionais, aberturas internacionais, imagina se eu seria o escolhido… nunca!
rsrs
Assim minha mulher me
disse em alto e bom som: “Se você não mandar seu material, eu mesmo mando!”… E
assim foi…. Ela mandou meu material, e não demorou muito para que eles
entrassem em contato. Baixei os sons que eles disponibilizaram na internet,
tirei e fiz uns vídeos. Logo me chamaram para um ensaio, fui o primeiro a ser chamado
dentre alguns outros caras. Depois que ensaiei, deram um gelo! Para meu
desespero...rsrssr
Nisso eu tinha
ganhado o CD deles, e pensei comigo: “Se não for eu o escolhido, não será mais
ninguém!”… Tirei quase todas as músicas do CD, por minha conta, esperando que
me chamassem novamente para um novo ensaio. Truco! Me chamaram, e lá fui eu com
“O pé no peito” com o CD quase todo tirado! Era eu o escolhido! E desde então
estamos trabalhando minuciosamente em cada composição, hoje estamos ensaiando
as composições para em breve entrar em estúdio e gravar o segundo CD da banda,
primeiro comigo! Vai ser muito louco, pois tive abertura para experimentar as
guitarras de 7 e 8 cordas nas composições e o que virá por aí vai ser algo
beeeeeeem pesado, vale a pena esperar! No Madgator toco com o Fernando
Giovannetti(Baixo), Johnny Moreira(Bateria) e Andrés Recasens(Vocal).
No Maestra, entrei no
finalzinho de 2014, por uma indicação de uma grande amigo, o Cauê Leitão do
Andragonia, que havia sido chamado para entrar nesse projeto, como ele estava
gravando e fazendo muitos shows com a banda dele, preferiu me indicar.
Essa é uma banda de
Prog Metal/ Metal Melódico, com o Neno Fernando(Vocal), José
Cardillo(Teclados), Vagner Souza(Baixo) e Fabiano Manhas(Bateria), estamos com
as composições todas prontas, em fase de gravação, lançamos o single “Judas” em
Janeiro desse ano(2015), com grande aceitação do público e mídias
especializadas, nacionais e internacionais. Lançamos em Setembro um segundo
Single “Sounds From Mars” junto com o nosso primeiro vídeo clip, que também foi
bem recebida pelos fãs da banda. Estamos preparando para Dezembro o lançamento
do nosso EP, que em breve divulgaremos o nome, capa etc!
Hoje em
especial(11/11/2015) lançamos nossa loja virtual, onde oferecemos os produtos
com a marca “Maestra”.
Toco também na Sete
Rock Band, banda que conta com Marcelo Mancha(Vocal), Fernando
Giovannetti(Baixo) e Robson Garcia(Bateria), banda de Classic Rock, que atua na
noite tanto em são Paulo e Interior. Essa com agenda bem cheia, que nos rende
um prazer incrível de tocar e encantar as pessoas que veem assistir ao nosso
show, com o velho e querido Rock n Roll.
O Trio Instrumental
conta com os excelentes músicos, grandes amigos, Lucas Bittencourt e Alan
Diass; É uma espécie de G3, Brasileiro, meio que no mesmo formato, cada uma
toca alguns sons de autoria própria ou covers de grande guitarristas e no fim
fazemos uma jam session de arrepiar! Estamos trabalhando nesse projeto, para
oferecer além do show, um workshop onde cada músico demonstra suas habilidades
técnicas, como desenvolvem seus fraseados na guitarra, raciocínio lógico etc.
A Vanna Rock-Centro
de Aprendizagem Musical, nasceu em 2012, um projeto de aulas de música, como no
filme “Escola de Rock”, voltado ao Rock e suas vertentes, mas com cursos de
harmonia e improvisação para os alunos que querem ir mais a fundo nos estudos
de música!
Desenvolvo ainda um
novo curso de Two Hands e Touch Technique, com uma ou duas guitarras ao mesmo
tempo, e ainda um curso de formação para novos professores de música, onde
organizamos cada assunto a ser ensinado, como se portar em sala de aula, como
manter a carteira de alunos etc.
Hoje estamos
estruturando um portal online, onde além de cursos de música, vamos ter
entrevistas, workshops online, loja de equipamentos, livros etc.
5-) Falando sobre
equipamentos, o que tem usado de guitarras amps e pedais?
Sobre os
equipamentos, hoje uso as guitarras Ibanez ( Não sou endorser da Ibanez!), uma
RGD 320 Z de 6 cordas, com captadores Seymour Duncan AHB-3 Ativos do Mick
Thomson(Slipknot) e com o braço escalopado. Uso uma Série “S”, de 7 cordas,
também com os AHB-3 e braço escalopado. Uso ainda uma Iron Label de 8 cordas,
com captadores EMG 808, e mais uma vez braço escalopado. Tenho ainda uma Dean
Rusty Cooley RC8X de 8 cordas com captadores EMG 808, o braço dessa não está escalopado ainda!
Tenho um amplificador
line 6 Spider II, que levo pra estrada, amplificador de 150 watts que vai bem
na noite com a banda de classic rock! Tenho Também um Cabeçote Matusa G2 100,
de 100 watts, valvulado, feito artesanalmente com gabinete Matusa 4x12 com
Eminence V 128, uma pedrada!
Tenho uma parceria
com a Rox Stage, que fez o meu Gabinete
4x12 Signature, o VANNA 1, que leva dois falantes Eminence V 128 de 100
watts e dois GB 128 de 50 Watts.
Pedais tenho o KOCH
Pedaltone, um pedal totalmente valvulado, são 4 válvulas 12ax7, várias saídas
para diferentes aplicações(Fone de ouvido, Mixer, Power Amp etc), um Strymon
Brigadier Analog Delay, e um Ernie Ball Volume, esse setup uso para a segunda
guitarra(Uso em workshops duas guitarras ao mesmo tempo!). No pedalboard
Principal, tenho um Cry Baby Wha Wha GCB 95, um Digitech Wammy Série
comemorativa, esse pedal é todo cromado, um TC Electronic Polytune Afinador,
Bogner Überschall, ISP Decimator G String II Noise Reductor, Strymon
Mobius(Flanger, Chorus, Phaser Etc), Strymon El Capistan Tape Delay, Strymon
Flint(Reverb/Tremolo). Todos alimentados com fontes Power Play. As melhores do
mercado!
Os pedais são
acomodados em cases K&WS Cases, feitos artesanalmente.
Cabos uso os Lava
Cables Ultramafic, Soar e Mini Coil.
Cordas Solez 0.09,
eles fizeram cordas exclusivas para as minhas guitarras de 7 e 8 cordas e
palhetas Ferez, tenho o apoio deles desde 2009!
Não posso deixar de
citar a Injecta.net que fez com muito capricho o meu site e a Music Kolor que
produziu a “Madguitar”, a minha Ibanez de 6 cordas com a logomarca do Madgator!
6-) Atualmente vemos a questão dos efeitos digitais
crescendo cada vez mais e hoje fazem uma boa concorrência com os analógicos, O
que pensa sobre? Qual sua preferência? Qual sua visão sobre esse mercado daqui
algumas décadas?
Essa é uma tendência,
vejo muita gente usando e abusando dos “Guitar Rigs”, “Amplitubes”, etc.. Tem
gente tirando ótimas sonoridades com esses recursos. Eu particularmente sou da
“época da fumaça”, rsrsrsrsr , prefiro os amplificadores valvulados, caixas
4x12 “berrando alto” nos shows e gravações.
Isso acho que é uma
questão de gosto, tem gente que se adapta muito bem, outros são como eu,
preferem os analógicos. Mas todos tirando ótimos sons de todos esses recursos.
Já vemos em shows,
como os do Meshuggah, eles não levam caixas pro palco, usam aquele Fractal Axe
FX, que é um equipamento surreal de tão bom, com um preço um tanto salgado, mas
na minha humilde opinião, perde aquele glamour de ir num show, e ver aquela
parede de caixas 4x12. Rsrs
7-) Quais suas preferências, Amps valvulados ou
transistorizados, captação ativa ou passiva?
Uso os valvulados(Embora
tenha e faça uso do Line 6 Spider II, um amplificador Transistorizado!). Porém
é tudo uma questão de se adaptar ao equipamento, estudar as enumeras
possibilidades de regulagens, assim você acaba tirando um bom som de qualquer
tipo de amplificador ou equipamento!
Uso os captadores
Seymour Duncan AHB-3 e EMG 808, todos Ativos, eles tem uma saída com bastante
ganho, assim consigo tirar os sons pesados, agressivos, mas sem comprometer um
som limpo com chorus por exemplo.
8-) Fale um pouco sobre suas influências no começo de sua
carreira e um pouco sobre os músicos que te influenciam atualmente.
Meu maior ídolo,
minha maior influência, é e sempre será o meu Pai! Sem o apoio e incentivo dele
nada disso aconteceria!
Outros grandes
músicos me influenciaram e ainda influenciam, o Kiko Loureiro foi e ainda é
muito importante em minha carreira, ele é o meu “Guru”, sempre converso com ele
antes de dar ou não um passo!
Musicalmente e
artisticamente, claro, Joe Satriani, Malmsteen, Steve Vai, Allan Holdsworth,
Metallica, Guns n' Roses, e uma das maiores influências, sem dúvida, o mestre
Slash!
9-) Vemos que é cada vez mais comum a presença da internet
nos meios sociais e profissionais, muitos músicos usam as redes sociais e
outras ferramentas do gênero para divulgar seus trabalhos, porém vemos muita
gente cometendo graves erros ao usar tais ferramentas, na sua opinião qual o
melhor posicionamento que um músico profissional pode ter para usar com êxito
essas novas formas de trabalho e divulgação?
Principalmente ser
honesto consigo mesmo, com a Música!
Vejo muitos “Músicos
de Youtube” com um timbre animal, ostentando seus equipamentos(Nem sempre de
boa qualidade!). Aí quando vem para o “live”, chegam na hora “do vamos ver”,
com guitarras desafinadas, sem afinar bends, sem acertar a própria música!
Pô! Cadê aquele super
som dos vídeos???
Esse é o principal
erro, ou o mal uso das redes sociais. Assim o melhor posicionamento é estudar,
para SER, não para TER! Hoje os caras disputam quase que a tapas, quem tem mais
patrocínios, sem pensar em sua própria música, em sua própria arte!
Se fazem de
Superstars sem ao menos saber a própria música!! Isso é ruim para a música, é
ruim para os negócios, é ruim para as marcas. Até por quê, houve uma
banalização dessa coisa de “Endorsement”, todos querem colocar no rodapé dos
seus vídeos, o tanto quanto puder, as logomarcas das empresas. Tudo bem, tem
lugar para todos nesse mercado, mas pelo amor de Deus, façam MÚSICA!
Assim o melhor e
infalível posicionamento é estudar e dar o seu melhor EM SUAS MÚSICAS! O resto
é uma consequência do bom trabalho executado!
10-) Quais fatores que considera primordiais para se tornar
um bom músico/ guitarrista?
Primeiro é o estudo.
Nada substitui o estudo. No entanto, o estudo é parte do processo!
Todos se dedicam a
estudar escalas e técnicas mirabolantes, frases cada vez mais rápidas, e na
maioria das vezes se tornam os “músicos de quarto”. Isso por não saberem nada
do Music Business, nada sobre saber se vender, se lançar no mercado.
Não entendem sobre
como registrar suas obras, nada sobre licenciar suas obras, nada sobre
arrecadação dos direitos autorais, como receber tais direitos, nada sobre
contratos de endorsement, ou contratos de modo geral(Gravadoras, etc). Não
sabem cobrar um valor justo sobre seu próprio trabalho! Música é Arte, claro!
Mas a partir do momento que essa obra se tornou um CD, DVD, MP3 etc, se tornou
um produto! E produtos TEM QUE TER UM VALOR DE MERCADO!
Exitem hoje cursos de
music business, livros, sites, enfim, muitos lugares onde procurar essas
informações, pois estudar tudo isso, vai com certeza, tornar o músico apto a
gerenciar de forma eficaz, a sua carreira.
11-) Recentemente a relação de endorsement tem conquistado
cada vez mais espaço no mercado musical, há muitos músicos surgindo e cada vez
mais empresas novas, resultando em uma concorrência perdida e sem sentido entre
músicos e empresas, Na sua opinião como deve ser tratada essa relação de apoios
e patrocínios entre empresas e artistas?
Como eu disse
anteriormente, essa história de endorsement, está banalizada, é “qualquer um”
no sentido literal da palavra, sendo representante das marcas! E não é possível
que tais marcas não vejam que estão patrocinando, dando margem a toda essa
mentira de views nos vídeos do youtube e postagens no facebook!
Hoje o parâmetro de
ser bom ou não, é ter views na internet! Muitas vezes esse cara com 30.000.000
de views, sequer saiu do quarto pra dar sua cara a tapa num show, num festival
de bandas, o cara sequer tem uma banda!!! E quase na maioria dos casos, o cara
paga, e paga caro pra ser parceiro dessas marcas! O que na verdade acontece, é
que os “artistas de quarto” que geralmente tem grana, por quê o papai, a mamãe
bancam, e esse compra com um “descontinho” os equipamentos, e pagam de
superstars!… Banalizou…
Outra coisa que
denigre o músico, a arte. Na Expomusic, tem gente que paga pra tocar!
Como eu, que levo
minha arte a sério, posso cobrar por um cachê condizente com minha arte? Com
minha maneira de tocar? Quando um “moleque” está pagando pra tocar. Isso tem
gerado receita para essas empresas. O cara paga pra tocar, uma legião de
moleques que assistem esses “artistas” no youtube acham demais, a marca vende
esses equipamentos para esses moleques, e está feito o ciclo vicioso!
Claro, salvo alguns
artistas e algumas empresas que realmente são sérias e trabalham direito, e
fazem a coisa acontecer de maneira verdadeira e duradoura!
Uma coisa que o
artista Brasileiro tem que saber, é que, quem endossa uma marca é o artista!
Não ao contrário!
Sou eu, como artista
que uso uma determinada marca(Solez, Power Play, Ferez, Inecta.net, K&WS
Cases, Music Kolor e Rox Stage), quem endossa a marca. Sou eu quem vai pra
linha de frente, usar, mostrar que EU tiro o som daquele equipamento! Porquê??
Por que uso e acredito no equipamento, acredito na qualidade do equipamento,
sei que ele não vai me deixar na mão! É o Steve Vai quem cede seu nome para
agregar valor à Ibanez, não ao contrário!
Usar um equipamento
para que você tenha mais uma logomarca pra anexar ao seu vídeo, é uma mentira!
Aceitar qualquer coisa, dizendo ser a melhor do planeta, tão somente para
ganhar do outro músico que tem um patrocínio a mais que o outro, é mentira!
Nesses casos é como digo; “Músicos de mentira, representando marcas de
mentira!”, mais uma vez, salvo as marcas e artistas que fazem a coisa acontecer
de maneira verdadeira!( Dá pra contar nos dedos de uma mão apenas!).
12-) Agradecemos muito sua presença aqui no Guitar Tech e
para terminar gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do
blog! Um abraço e muito obrigado!
Foi realmente uma
honra muito grande, poder contar um pouco de minha história aqui no Guitar
Tech, agradeço pelo espaço, pelo carinho com minha pessoa e com meu trabalho!
A mensagem é, sempre
estudar, ver os músicos tocando ao vivo(não só no youtube!), montar uma banda,
tocar com as pessoas! Pois sinceramente hoje em dia, todos estudam com seus
backing tracks e acham que está tudo certo! Tocar com gente, trocar
informações, estar sempre aberto a aprender, pois o dia em que você achar que
está tudo certo, que já sabe tudo, certamente estará morto!
Convido aos leitores
do Guitar Tech, a conhecerem meu site, onde vocês encontrarão mais sobre meu
trabalho, vídeos que mencionei aqui na entrevista, e em breve terão aulas
gratuitas, também haverá material pago, terão entrevistas, workshops online e
muito mais!
Um grande abraço em
todos, sucesso sempre!
“Quando se faz o que
gosta, o sucesso é inevitável!”
Vandré Nascimento
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