12 de novembro de 2015

Entrevista :: Vandré Nascimento

Fala Moçada!!!!!! Como vão todos vocês??

Entrevista nova!!!! E digo mais!!! Uma grande entrevista com meu amigo Vandré Nascimento!!! Vamos dizer que... essa é uma leitura obrigatória... com certeza uma das melhores (se não a melhor) entrevista que tivemos no blog!

Nessa entrevista o Vandré trás detalhes e curiosidades de seu início, dificuldades, superações e tudo mais, além de falar um pouco sobre seus projetos atuais, equipamentos, muita coisa boa sobre mercado musical, detalhes incríveis que farão a diferença para iniciantes, avançados e profissionais.

Ao amigo Vandré fica aqui os mais sinceros agradecimentos, pela dedicação ímpar ao blog, por ser um cara que faz a diferença na guitarra nacional e acrescenta muito no profissionalismo da mesma!

Minha intenção com o Guitar Tech sempre foi levar para os leitores um pouco da vida do guitarrista profissional, incentivando novos talentos! E claro que as palavras do Vandré são praticamente obrigatórias para qualquer um que deseja crescer nesse meio!!! Enfim... chega de blá blá blá.. fiquem aí com essa grande entrevista com esse cara sensacional!!!





1-) Conte um pouco sobre seu início na música e guitarra. Quais foram os primeiros desafios e dificuldades na época?

 Meu Pai sempre me incentivou com a música, embora meu objetivo fosse jogar futebol! rsrsr
 O meu primeiro violão, ganhei no meu aniversário de 5 anos…..Não demorou muito e troquei numa bola de futebol, pra desespero do meu velho!… Muitos anos se passaram, e nas eleições para prefeito de São Paulo, onde a Luiza Erundina(Quem ganhara as eleições!!) disputava com o Aloísio, ainda era permitido ter “showmícios”, meu Pai me levou num desses, o show era do Eduardo Araújo e Silvinha, eu claro, me perguntava: “O que é que eu estou fazendo aqui?”, pois era época da MTV, assistia Guns N' Roses, e era aquilo que eu curtia!…
 No entanto, num momento do show, o Eduardo apresentava a banda… E na hora de apresentar o Guitarrista, todos saíram do palco, e esse cara, arrepiou de uma forma, que na hora pensei: “É isso que eu quero fazer da minha vida”…. O Guitarrista em questão era, nada mais, nada menos, que o Faíska!.. Grande cara, que conheci tempos mais tarde… Uma de minhas maiores influências!
 Os primeiros desafios, sem dúvida alguma foram as condições financeiras na época, eram tempos muito difíceis, pois meu Pai acabara de perder o emprego, minha Mãe ainda cuidava da casa e não tinha renda alguma, passamos por grandes apertos, onde era preciso alguns vizinhos ajudarem com cestas básicas e coisas do gênero. Imagine nessa situação, esse que vos fala, sonhar com uma carreira musical, artística. Ter instrumentos bons, etc. Era tão surreal quanto tirar no “par ou ímpar” quem almoçava, dentre eu e meus irmãos!
 Mas tudo tem um motivo pra ser, e graças a Deus e ao esforço de todos nós da família, ainda estamos aqui para contar essa história! rsrsrs




2-) Qual o principal motivo que o fez escolher aprender a tocar guitarra?

 Era 1986...87….Época em que chegou a MTV ao Brasil, e passavam “especiais” dessa e daquelas bandas (Guns n' Roses, Metallica, Iron Maiden, Skid Row , Faith No More, dentre tantas outras!), aquilo me fascinava, principalmente ver o Slash tocando, era Mágico, tinha Atitude! O som era demais! Me Lembro de passar tardes “degustando” os vinis dos amigos que também curtiam um som, e podiam comprar os discos. Assim nos juntávamos na casa de um dos caras, e curtíamos aqueles discos, cada faixa, cada foto nas capas….Era muito bom!
 Mas ainda aí era muito mais curtição do que qualquer outra coisa, foi ao ver o Faíska que me decidi realmente a estudar guitarra. Ainda fiquei alguns anos “de molho” pois não era um bom aluno na escola, e meu Pai sabiamente usou disso para que eu fosse o melhor aluno da escola no colegial, para que eu ingressasse numa escola de música…. O detalhe engraçado, é que tinha um maluco na escola que conseguiu tirar um 10, eu quis fazer a recuperação de um 9,5 e meu professor não deixou que eu fizesse! rsrsr  Assim fiquei em segundo lugar nos três anos de colégio! Por “apenas” meio ponto!!… srrsrs




3-) Em qual momento da sua vida percebeu que a música seria seu meio de sobrevivência? E quais as medidas adotadas na época para construir uma carreira sólida?

 Passados esses “anos incríveis” de colégio, finalmente pude entrar numa escola de música, o escolhido foi o Conservatório Musical Souza Lima; Isso era 1995, Agosto de 95!
 Muitas coisas rolaram, participei de Festivais, Audições de fim de semestre, até o ponto de ir representar o Souza Lima num Festival no Rio De Janeiro, o Iº School Guitar Festival, onde diversos músicos Brasileiros participaram. Foi muito bom ter participado desses festivais, embora não tivesse ganho nenhum deles, mas a experiência foi muito marcante.
 Não muito distante desse, participei do Iº Open Music Festival Souza Lima/Berklee, onde pela primeira vez, toquei uma música de minha autoria, e ganhei o Festival, foi realmente muito bom saber que poderia ir cada dia mais longe! E tocando a minha música!
 Nessa época ainda morava com meus Pais!… Foi então que resolvi sair de casa e seguir minha vida, pois já tinha idade para trabalhar com qualquer outra coisa, mas estava ali me dedicando à guitarra, loucamente!
 Fui morar numa república com outros músicos na mesma situação, querendo conquistar uma carreira, sem muito apoio da família, e estávamos ali nos aventurando!
 Não demorou muito e consegui entrar para dar aulas no Souza Lima, por intermédio de meus ex professores, o Joe Moghrabi e Kiko Moura(Sou grato a eles eternamente!), no entanto tinha poucos alunos, estava começando a dar aulas de guitarra e claro, precisava tocar, aparecer para conseguir um bom número de alunos que mantivesse minha sobrevivência.
 Nessa época, o Joe Moghrabi, arranjou para que eu abrisse um workshop, do Kiko Loureiro(Até aí eu não sabia quem era ele! rsrs), fui pesquisar e descobri que era o guitarrista do Angra, que acabara de lançar o Angels Cry. O objetivo desse workshop era conseguir mostrar um pouco de meu trabalho e conquistar alguns alunos. Abri esse show, e no meio do show do Kiko, ele me chama pra uma canja, junto com ele(Imagine aí, meu PRIMEIRO SHOW, sendo assim?? Tava nervoso será?? rsrs)…
 Claro, a galera adorou, o Kiko ainda fez uma propaganda de que eu dava aulas no Souza Lima, e assim na semana seguinte minha vida havia mudado da água pro vinho, tinha bastante aluno, e assim conquistei o meu maior sonho, o de viver de música!
 O que foi realmente essencial para que eu me tornasse um músico profissional, foi realmente a perseverança, paciência e muita, mas muita dedicação, até por quê, comecei a lecionar no Conservatório Souza Lima, uma dos maiores da América Latina, senão a maior, em 1997! Apenas dois anos após ingressar na mesma, como aluno!




4-) Como andam seus projetos artísticos? Algum lançamento ou novas parcerias que gostaria de ressaltar?

 Hoje toco em três bandas, Madgator, Maestra e Sete Rock Band, em um Trio Instrumental, e coordeno o curso de guitarra da Vanna Rock-Centro de Aprendizagem Musical.
 Entrei no Madgator em 2012, por um acidente de percurso..rrsrs
 Minha esposa, fuçando na internet, viu o anúncio deles precisando de guitarrista, eu claro, nem dei bola, pois se tratava de uma banda grande, com um CD lançado, vários shows nacionais, aberturas internacionais, imagina se eu seria o escolhido… nunca! rsrs
 Assim minha mulher me disse em alto e bom som: “Se você não mandar seu material, eu mesmo mando!”… E assim foi…. Ela mandou meu material, e não demorou muito para que eles entrassem em contato. Baixei os sons que eles disponibilizaram na internet, tirei e fiz uns vídeos. Logo me chamaram para um ensaio, fui o primeiro a ser chamado dentre alguns outros caras. Depois que ensaiei, deram um gelo! Para meu desespero...rsrssr
 Nisso eu tinha ganhado o CD deles, e pensei comigo: “Se não for eu o escolhido, não será mais ninguém!”… Tirei quase todas as músicas do CD, por minha conta, esperando que me chamassem novamente para um novo ensaio. Truco! Me chamaram, e lá fui eu com “O pé no peito” com o CD quase todo tirado! Era eu o escolhido! E desde então estamos trabalhando minuciosamente em cada composição, hoje estamos ensaiando as composições para em breve entrar em estúdio e gravar o segundo CD da banda, primeiro comigo! Vai ser muito louco, pois tive abertura para experimentar as guitarras de 7 e 8 cordas nas composições e o que virá por aí vai ser algo beeeeeeem pesado, vale a pena esperar! No Madgator toco com o Fernando Giovannetti(Baixo), Johnny Moreira(Bateria) e Andrés Recasens(Vocal).
 No Maestra, entrei no finalzinho de 2014, por uma indicação de uma grande amigo, o Cauê Leitão do Andragonia, que havia sido chamado para entrar nesse projeto, como ele estava gravando e fazendo muitos shows com a banda dele, preferiu me indicar.
 Essa é uma banda de Prog Metal/ Metal Melódico, com o Neno Fernando(Vocal), José Cardillo(Teclados), Vagner Souza(Baixo) e Fabiano Manhas(Bateria), estamos com as composições todas prontas, em fase de gravação, lançamos o single “Judas” em Janeiro desse ano(2015), com grande aceitação do público e mídias especializadas, nacionais e internacionais. Lançamos em Setembro um segundo Single “Sounds From Mars” junto com o nosso primeiro vídeo clip, que também foi bem recebida pelos fãs da banda. Estamos preparando para Dezembro o lançamento do nosso EP, que em breve divulgaremos o nome, capa etc!
 Hoje em especial(11/11/2015) lançamos nossa loja virtual, onde oferecemos os produtos com a marca “Maestra”.
 Toco também na Sete Rock Band, banda que conta com Marcelo Mancha(Vocal), Fernando Giovannetti(Baixo) e Robson Garcia(Bateria), banda de Classic Rock, que atua na noite tanto em são Paulo e Interior. Essa com agenda bem cheia, que nos rende um prazer incrível de tocar e encantar as pessoas que veem assistir ao nosso show, com o velho e querido Rock n Roll.
 O Trio Instrumental conta com os excelentes músicos, grandes amigos, Lucas Bittencourt e Alan Diass; É uma espécie de G3, Brasileiro, meio que no mesmo formato, cada uma toca alguns sons de autoria própria ou covers de grande guitarristas e no fim fazemos uma jam session de arrepiar! Estamos trabalhando nesse projeto, para oferecer além do show, um workshop onde cada músico demonstra suas habilidades técnicas, como desenvolvem seus fraseados na guitarra, raciocínio lógico etc.
 A Vanna Rock-Centro de Aprendizagem Musical, nasceu em 2012, um projeto de aulas de música, como no filme “Escola de Rock”, voltado ao Rock e suas vertentes, mas com cursos de harmonia e improvisação para os alunos que querem ir mais a fundo nos estudos de música!
 Desenvolvo ainda um novo curso de Two Hands e Touch Technique, com uma ou duas guitarras ao mesmo tempo, e ainda um curso de formação para novos professores de música, onde organizamos cada assunto a ser ensinado, como se portar em sala de aula, como manter a carteira de alunos etc.
 Hoje estamos estruturando um portal online, onde além de cursos de música, vamos ter entrevistas, workshops online, loja de equipamentos, livros etc.




 5-) Falando sobre equipamentos, o que tem usado de guitarras amps e pedais?

 Sobre os equipamentos, hoje uso as guitarras Ibanez ( Não sou endorser da Ibanez!), uma RGD 320 Z de 6 cordas, com captadores Seymour Duncan AHB-3 Ativos do Mick Thomson(Slipknot) e com o braço escalopado. Uso uma Série “S”, de 7 cordas, também com os AHB-3 e braço escalopado. Uso ainda uma Iron Label de 8 cordas, com captadores EMG 808, e mais uma vez braço escalopado. Tenho ainda uma Dean Rusty Cooley RC8X de 8 cordas com captadores EMG 808, o braço dessa  não está escalopado ainda!
 Tenho um amplificador line 6 Spider II, que levo pra estrada, amplificador de 150 watts que vai bem na noite com a banda de classic rock! Tenho Também um Cabeçote Matusa G2 100, de 100 watts, valvulado, feito artesanalmente com gabinete Matusa 4x12 com Eminence V 128, uma pedrada!
 Tenho uma parceria com a Rox Stage, que fez o meu Gabinete  4x12 Signature, o VANNA 1, que leva dois falantes Eminence V 128 de 100 watts e dois GB 128 de 50 Watts.
 Pedais tenho o KOCH Pedaltone, um pedal totalmente valvulado, são 4 válvulas 12ax7, várias saídas para diferentes aplicações(Fone de ouvido, Mixer, Power Amp etc), um Strymon Brigadier Analog Delay, e um Ernie Ball Volume, esse setup uso para a segunda guitarra(Uso em workshops duas guitarras ao mesmo tempo!). No pedalboard Principal, tenho um Cry Baby Wha Wha GCB 95, um Digitech Wammy Série comemorativa, esse pedal é todo cromado, um TC Electronic Polytune Afinador, Bogner Überschall, ISP Decimator G String II Noise Reductor, Strymon Mobius(Flanger, Chorus, Phaser Etc), Strymon El Capistan Tape Delay, Strymon Flint(Reverb/Tremolo). Todos alimentados com fontes Power Play. As melhores do mercado!
 Os pedais são acomodados em cases K&WS Cases, feitos artesanalmente.
 Cabos uso os Lava Cables Ultramafic, Soar e Mini Coil.
 Cordas Solez 0.09, eles fizeram cordas exclusivas para as minhas guitarras de 7 e 8 cordas e palhetas Ferez, tenho o apoio deles desde 2009!
 Não posso deixar de citar a Injecta.net que fez com muito capricho o meu site e a Music Kolor que produziu a “Madguitar”, a minha Ibanez de 6 cordas com a logomarca do Madgator!




6-) Atualmente vemos a questão dos efeitos digitais crescendo cada vez mais e hoje fazem uma boa concorrência com os analógicos, O que pensa sobre? Qual sua preferência? Qual sua visão sobre esse mercado daqui algumas décadas?

 Essa é uma tendência, vejo muita gente usando e abusando dos “Guitar Rigs”, “Amplitubes”, etc.. Tem gente tirando ótimas sonoridades com esses recursos. Eu particularmente sou da “época da fumaça”, rsrsrsrsr , prefiro os amplificadores valvulados, caixas 4x12 “berrando alto” nos shows e gravações.
 Isso acho que é uma questão de gosto, tem gente que se adapta muito bem, outros são como eu, preferem os analógicos. Mas todos tirando ótimos sons de todos esses recursos.
 Já vemos em shows, como os do Meshuggah, eles não levam caixas pro palco, usam aquele Fractal Axe FX, que é um equipamento surreal de tão bom, com um preço um tanto salgado, mas na minha humilde opinião, perde aquele glamour de ir num show, e ver aquela parede de caixas 4x12. Rsrs




7-) Quais suas preferências, Amps valvulados ou transistorizados, captação ativa ou passiva?

 Uso os valvulados(Embora tenha e faça uso do Line 6 Spider II, um amplificador Transistorizado!). Porém é tudo uma questão de se adaptar ao equipamento, estudar as enumeras possibilidades de regulagens, assim você acaba tirando um bom som de qualquer tipo de amplificador ou equipamento!
 Uso os captadores Seymour Duncan AHB-3 e EMG 808, todos Ativos, eles tem uma saída com bastante ganho, assim consigo tirar os sons pesados, agressivos, mas sem comprometer um som limpo com chorus por exemplo.




8-) Fale um pouco sobre suas influências no começo de sua carreira e um pouco sobre os músicos que te influenciam atualmente.

 Meu maior ídolo, minha maior influência, é e sempre será o meu Pai! Sem o apoio e incentivo dele nada disso aconteceria!
 Outros grandes músicos me influenciaram e ainda influenciam, o Kiko Loureiro foi e ainda é muito importante em minha carreira, ele é o meu “Guru”, sempre converso com ele antes de dar ou não um passo!
 Musicalmente e artisticamente, claro, Joe Satriani, Malmsteen, Steve Vai, Allan Holdsworth, Metallica, Guns n' Roses, e uma das maiores influências, sem dúvida, o mestre Slash!




9-) Vemos que é cada vez mais comum a presença da internet nos meios sociais e profissionais, muitos músicos usam as redes sociais e outras ferramentas do gênero para divulgar seus trabalhos, porém vemos muita gente cometendo graves erros ao usar tais ferramentas, na sua opinião qual o melhor posicionamento que um músico profissional pode ter para usar com êxito essas novas formas de trabalho e divulgação?

 Principalmente ser honesto consigo mesmo, com a Música!
 Vejo muitos “Músicos de Youtube” com um timbre animal, ostentando seus equipamentos(Nem sempre de boa qualidade!). Aí quando vem para o “live”, chegam na hora “do vamos ver”, com guitarras desafinadas, sem afinar bends, sem acertar a própria música!
 Pô! Cadê aquele super som dos vídeos???
 Esse é o principal erro, ou o mal uso das redes sociais. Assim o melhor posicionamento é estudar, para SER, não para TER! Hoje os caras disputam quase que a tapas, quem tem mais patrocínios, sem pensar em sua própria música, em sua própria arte!
 Se fazem de Superstars sem ao menos saber a própria música!! Isso é ruim para a música, é ruim para os negócios, é ruim para as marcas. Até por quê, houve uma banalização dessa coisa de “Endorsement”, todos querem colocar no rodapé dos seus vídeos, o tanto quanto puder, as logomarcas das empresas. Tudo bem, tem lugar para todos nesse mercado, mas pelo amor de Deus, façam MÚSICA!
 Assim o melhor e infalível posicionamento é estudar e dar o seu melhor EM SUAS MÚSICAS! O resto é uma consequência do bom trabalho executado!




10-) Quais fatores que considera primordiais para se tornar um bom músico/ guitarrista?

Primeiro é o estudo. Nada substitui o estudo. No entanto, o estudo é parte do processo!
 Todos se dedicam a estudar escalas e técnicas mirabolantes, frases cada vez mais rápidas, e na maioria das vezes se tornam os “músicos de quarto”. Isso por não saberem nada do Music Business, nada sobre saber se vender, se lançar no mercado.
 Não entendem sobre como registrar suas obras, nada sobre licenciar suas obras, nada sobre arrecadação dos direitos autorais, como receber tais direitos, nada sobre contratos de endorsement, ou contratos de modo geral(Gravadoras, etc). Não sabem cobrar um valor justo sobre seu próprio trabalho! Música é Arte, claro! Mas a partir do momento que essa obra se tornou um CD, DVD, MP3 etc, se tornou um produto! E produtos TEM QUE TER UM VALOR DE MERCADO!
 Exitem hoje cursos de music business, livros, sites, enfim, muitos lugares onde procurar essas informações, pois estudar tudo isso, vai com certeza, tornar o músico apto a gerenciar de forma eficaz, a sua carreira.




11-) Recentemente a relação de endorsement tem conquistado cada vez mais espaço no mercado musical, há muitos músicos surgindo e cada vez mais empresas novas, resultando em uma concorrência perdida e sem sentido entre músicos e empresas, Na sua opinião como deve ser tratada essa relação de apoios e patrocínios entre empresas e artistas?

 Como eu disse anteriormente, essa história de endorsement, está banalizada, é “qualquer um” no sentido literal da palavra, sendo representante das marcas! E não é possível que tais marcas não vejam que estão patrocinando, dando margem a toda essa mentira de views nos vídeos do youtube e postagens no facebook!
 Hoje o parâmetro de ser bom ou não, é ter views na internet! Muitas vezes esse cara com 30.000.000 de views, sequer saiu do quarto pra dar sua cara a tapa num show, num festival de bandas, o cara sequer tem uma banda!!! E quase na maioria dos casos, o cara paga, e paga caro pra ser parceiro dessas marcas! O que na verdade acontece, é que os “artistas de quarto” que geralmente tem grana, por quê o papai, a mamãe bancam, e esse compra com um “descontinho” os equipamentos, e pagam de superstars!… Banalizou…
 Outra coisa que denigre o músico, a arte. Na Expomusic, tem gente que paga pra tocar!
 Como eu, que levo minha arte a sério, posso cobrar por um cachê condizente com minha arte? Com minha maneira de tocar? Quando um “moleque” está pagando pra tocar. Isso tem gerado receita para essas empresas. O cara paga pra tocar, uma legião de moleques que assistem esses “artistas” no youtube acham demais, a marca vende esses equipamentos para esses moleques, e está feito o ciclo vicioso!
  Claro, salvo alguns artistas e algumas empresas que realmente são sérias e trabalham direito, e fazem a coisa acontecer de maneira verdadeira e duradoura!
 Uma coisa que o artista Brasileiro tem que saber, é que, quem endossa uma marca é o artista! Não ao contrário!
 Sou eu, como artista que uso uma determinada marca(Solez, Power Play, Ferez, Inecta.net, K&WS Cases, Music Kolor e Rox Stage), quem endossa a marca. Sou eu quem vai pra linha de frente, usar, mostrar que EU tiro o som daquele equipamento! Porquê?? Por que uso e acredito no equipamento, acredito na qualidade do equipamento, sei que ele não vai me deixar na mão! É o Steve Vai quem cede seu nome para agregar valor à Ibanez, não ao contrário!
 Usar um equipamento para que você tenha mais uma logomarca pra anexar ao seu vídeo, é uma mentira! Aceitar qualquer coisa, dizendo ser a melhor do planeta, tão somente para ganhar do outro músico que tem um patrocínio a mais que o outro, é mentira! Nesses casos é como digo; “Músicos de mentira, representando marcas de mentira!”, mais uma vez, salvo as marcas e artistas que fazem a coisa acontecer de maneira verdadeira!( Dá pra contar nos dedos de uma mão apenas!).




12-) Agradecemos muito sua presença aqui no Guitar Tech e para terminar gostaríamos que deixasse uma mensagem para seus fãs e leitores do blog! Um abraço e muito obrigado!

 Foi realmente uma honra muito grande, poder contar um pouco de minha história aqui no Guitar Tech, agradeço pelo espaço, pelo carinho com minha pessoa e com meu trabalho!
 A mensagem é, sempre estudar, ver os músicos tocando ao vivo(não só no youtube!), montar uma banda, tocar com as pessoas! Pois sinceramente hoje em dia, todos estudam com seus backing tracks e acham que está tudo certo! Tocar com gente, trocar informações, estar sempre aberto a aprender, pois o dia em que você achar que está tudo certo, que já sabe tudo, certamente estará morto!
 Convido aos leitores do Guitar Tech, a conhecerem meu site, onde vocês encontrarão mais sobre meu trabalho, vídeos que mencionei aqui na entrevista, e em breve terão aulas gratuitas, também haverá material pago, terão entrevistas, workshops online e muito mais!


 Um grande abraço em todos, sucesso sempre!
 “Quando se faz o que gosta, o sucesso é inevitável!”


 Vandré Nascimento

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